O governo do Amazonas iniciou nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 02, uma grande operação para retirar os moradores e derrubar as casas da ocupação Monte Horebe, em Manaus. Ao menos 1.000 famílias vivem no local, ocupado em 2015, sendo grande parte formada por indígenas e imigrantes. Na manhã de hoje, um grupo de 50 pessoas realizou um protesto e promete resistir à operação. Eles denunciam que tratores estão demolindo as casas com tudo dentro e gravaram este vídeo. No sábado, 29, após o anúncio do governo, centenas de pessoas fizeram um protesto e fecharam uma pista de uma avenida próxima.
Os moradores querem garantias de moradia. “Eles vão derrubar, nós vamos levantar nossos barracos de novo, nós não vamos sair daqui. Não temos para onde ir”, afirmou um morador. A ocupação surgiu em 2015, com famílias que vieram de outra desocupação. E, ao que tudo indica, a história deve se repetir.
A retirada ocorre depois de uma longa campanha de criminalização dos moradores, que foram vistos como bandidos, e está sendo tratada como um problema de segurança pública. O atual vice-governador chegou a afirmar, no Portal do Holanda: “Queremos reprimir a criminalidade naquela área, pois hoje o local encontra-se em reduto criminal”. O atual governador é Wilson Miranda (PSC), que se elegeu apoiando o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a professora e ativista Gleice Oliveira, a megaoperação de desocupação (reintegração de posse) pode repetir a que foi feita no Pinheirinho, na tragédia que vimos em São José dos Campos (SP). Jornalistas denunciam que a imprensa terá seu trabalho limitado – “os jornalistas estarão confinados na Escola Militar VI. Ficarão impedidos de relatar e gravar com fidelidade toda a ação policial desta segunda-feira”, disse a coluna do Holanda.
e que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), ao contrário do que anunciou o governo, não confirmou que irá acompanhar a operação. Ela responsabiliza o governo por qualquer ação violenta que porventura venha a ocorrer.
A ocupação foi feita em uma área de reserva ambiental, a reserva Duque, do do INPA (Instituto de Pesquisas da Amazônia). A própria existência da ocupação comprova a inépcia, incompetência e irresponsabilidade de sucessivos governos tanto com o planejamento e execução de políticas governamentais como também com a preservação de áreas que são reservas hoje urbanas e que são fundamentais para a saúde da cidade, como também são fontes de pesquisa para melhor compreendermos a Amazônia e como preservá-la para os amazonenses e também para o mundo. As famílias que ocuparam a área não tiveram opção de moradia e agora voltam a ser desalojadas sem que de fato uma solução seja dada.
A desocupação está sendo feita a pedido da atual diretora do INPA, que foi indicada por militares e nomeada pelo governo Bolsonaro, sem consulta à comunidade.
#SolidariedadeComFamíliasDeMonteHorebe!
#ReintegraçãoDePosseNÃO!
#PolíticaHabitacionalURGENTE!
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