Hoje, 20 de novembro, não é feriado no Maranhão, o estado com um dos maiores contingentes de população negra do país, quase 70%. No Maranhão, comunidades quilombolas estão sob o risco de serem desalojadas por conta da expansão da base de Alcântara, com o aval do Governo do Estado, e as comunidades sequer foram consultadas.
Na capital, São Luís, a comunidade de Cajueiro foi violentamente despejada do seu território para dar espaço à construção de um porto privado da empresa WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda.
Na última quarta-feira (13), o IBGE divulgou nova pesquisa, onde revela enorme disparidade entre a população branca, parda e negra no estado. Em 2018 (ano da pesquisa), a população branca que reside no estado recebia 36% a mais que as pretas ou pardas. Na informalidade, o maranhense apresenta média bem maior que a nacional. Cerca de 58% dos brancos e 66% dos negros possuíam ocupação informal.
No Maranhão, o Tribunal de Justiça do estado acatou a ação ajuizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, com apoio da Associação Comercial e Federação das Indústrias e revogou o feriado de 20 de novembro, instituído como feriado estadual, através da lei nº10.747 de 2017.
Não há trégua!
Nesse 20 de novembro, mais que rememorar a história de Zumbi, Dandara, Luiza Mahin e a luta do nosso povo contra a sociedade escravista, temos que dar seguimento ao legado de enfrentamento e resistência.
Punhos cerrados e cabeça erguida!
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