A ERA OBAMA E OS LIMITES DA REPRESENTATIVIDADE
Publicado em: 21 de janeiro de 2017
Por: Gleide Davis, colunista do Esquerda Online
O governo de Barack e Michelle Obama chegaram ao fim neste 20 de janeiro de 2017.
Entretanto, ao fazermos um balanço no que diz respeito ao debate de opressões nos EUA, o governo Obama deixou uma herança póstuma de um número gigantesco de assassinados no país, numero que supera o governo Bush. O programa de drones americanos matou milhares de inocentes, crianças não foram poupadas, a população síria também não escapou dos desmandos do ex-presidente.
Os Estados Unidos é a maior potência capitalista da atualidade, com enormes massacres à países mais pobres e com uma gigantesca violência policial, o governo Obama representou exatamente o que concerne os limites do imperialismo norte-americano, não deixando dúvidas de que para se estar a frente de um país referência da economia mundial, os interesses a serem colocados, serão sempre os da burguesia.
Mesmo com tantas contradições, a era Obama deixa uma movimentação de tristeza por parte de alguns movimentos sociais que aclamam a pauta da representatividade política. A autoestima da população negra dos Estados Unidos foi colocada em cheque, como se cada morte realizada pela polícia, cada assassinato e deportação de estrangeiros não tivessem o mesmo peso político.
É importante avaliar os nossos reais interesses políticos, pensarmos no que queremos para a nossa sociedade a curto, médio e longo prazo. O quanto custa as nossas vidas, a manutenção dos interesses do capital para a população mais pobre, negra, feminina e LGBT. A guerra contra as drogas que tem matado milhares de jovens negros todos os anos na periferia que rema junto a permanência da policia militar; a não legalização do aborto que tem matado milhares de mulheres; a não criminalização da homofobia; o pouco ou nenhum espaço para a população T no mercado de trabalho.
Todas as nossas reivindicações politicas tem andado em círculos nas ultimas décadas, e internacionalmente falando, a situação tem ficado cada dia pior, com um cerco de conservadorismo e uma crescente de discursos fascistas.
O governo Trump nem de longe é um afago para as minorias estadunidenses, ao contrário, veio para aumentar o discurso nacionalista, branco, heterossexual e cristão, diminuir as chances da população estrangeira, restringir a liberdade civil da população negra, aumentando o ascenso do conservadorismo e discurso de ódio contra as minorias.
É tempo de avaliarmos a representação política, escolher um candidato que jogue ao lado e atenda aos interesses da classe trabalhadora.
A nossa representatividade deve ir além dos limites de gênero e raça, a nossa representatividade deve ser de um governo que preze pelo bem coletivo, que governe para os mais pobres, para as pessoas negras, para mulheres e LGBT.
“Eu preferiria um candidato branco, que criticasse o capitalismo, o inter-racismo e as prisões do que um candidato negro que é do status quo” Angela Davis.
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