MEC nomeia reitor não eleito na UFPB: a democracia e a autonomia universitárias estão de luto!
Publicado em: 6 de novembro de 2020
A nomeação do professor Valdiney Gouveia para o cargo de dirigente máximo da UFPB expressa sim um ataque profundo à estes dois princípios fundamentais conquistados duramente – democracia e autonomia.
Este ato do presidente da República certamente corrobora com os processos praticados no interior da UFPB, antes, durante e após todo o processo eleitoral. É preciso não perder de vista em nossas análises, sob pena de operar uma enorme mistificação, que setores da UFPB contribuíram enormemente para esse triste resultado.
O poder discricionário da Presidência da República, lógico faz dele é o principal responsável. No entanto, não é possível desprezar que este cenário também é fruto de articulação de alguns setores da própria UFPB, que não têm nenhum apreço pelos processos democráticos.
Desde o início, quando da elaboração da resolução que disciplinou o processo eleitoral para subsidiar a formação da lista tríplice, estes setores revelaram sua pior face. As conquistas democráticas, que historicamente resultam das lutas e dos movimentos de gerações que nos antecederam, foi alvo de ataques internos – que não sobre dúvidas quanto à está questão, revelam um profundo desprezo pela democracia universitária.
Embora a nomeação possua verniz de legalidade, expressa um extraordinário desrespeito pelo processo democrático. Nunca é demasiado lembrar que o nomeado obteve um retumbante e inexpressivo (o que pode parecer uma contradição em termos) resultado na consulta eleitoral.
Na reunião conjunta dos Conselhos Superiores da UFPB, responsável pela elaboração da lista tríplice, o nomeado ao cargo máximo da universidade não obteve nenhum voto – a síntese é inescapável, trata-se de um mandato ilegítimo.
Protestar é o mínimo que os comprometidos com os princípios da autonomia e democracia universitárias devem fazer.
Luto também é verbo!
Essa nomeação é um escárnio frente a história construída pelas gerações passadas, que promoveram lutas pela defesa da universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade. Outrossim, é um golpe contra a atual geração que se dedica à construção da universidade pública.
Esse golpe foi articulado nos corredores palacianos, mas contou com a cumplicidade daqueles que deveriam, desde a proclamação do resultado da consulta eleitoral, ter defendido e se empenhado para garantir a consigna Reitora eleita, Reitora empossada.
*Marcelo Sitcovsky é professor da UFPB.
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