Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, conhecido pelo codinome Clemente, o último comandante da ALN (Ação Libertadora Nacional), morreu neste sábado (29/06), em Ribeirão Preto (SP). Nascido em Maceió (AL), em 23 de julho de 1950, Carlos Eugênio morreu de falência respiratória em decorrência de câncer na laringe ao 68 anos.
Guerrilheiro na ditadura militar brasileira, assumiu o comando de sua organização após os assassinatos de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. Pela ALN participou de inúmeras ações contra a ditadura militar, em um período de forte repressão, torturas e assassinatos de militantes de esquerda.
Participou também do justiçamento do industrial dinamarquês Henning Boilesen, cruel empresário, que fazia questão de assistir à torturas de presos políticos no DOI-Codi e foi um dos principais financiadores da Oban (Operação Bandeirantes).
Tornou-se um símbolo de coragem dos que lutaram na esquerda brasileira. “Carlos Eugênio é um homem notável. Lutou com muita coragem contra a ditadura. Junto com valiosos companheiros, dedicou sua juventude, arriscando a vida na luta armada”, reafirmou sua irmã Belela Sarmento Coelho da Paz ao anunciar a morte do ex-guerrilheiro.
Em 1973 começou um longo exílio que o levou à Cuba, União Soviética e a Iugoslávia. Só voltou ao Brasil oito anos depois, em 1981.
Carlos Eugênio também era músico e trabalhou como professor de Música. Como escritor publicou Viagem à Luta Armada (1996) e Nas Trilhas da ALN (1997).
A CSP-Conlutas se solidariza com sua companheira Maria Claudia Badan, assim como a irmã Belela e a sobrinha Julia da Paz, ambas militantes da da nossa Central. Também se solidariza com toda a família e amigos.
“Me sinto extremamemte orgulhosa de te-lo como meu tio, um garoto que aos 16 anos entrou para a guerrilha para lutar e derrubar a ditadura militar”, comentou Julia ao divulgar a morte de Clemente,nome de guerra de Carlos Eugênio.
Comentários