8M: Greve feminista sacode a Espanha
Publicado em: 8 de março de 2018
Sindicatos afirmam que 5,3 milhões pararam por duas horas durante a manhã de hoje
Ao contrário de 2017, quando ocorreu uma greve mundial de mulheres, neste ano a Espanha talvez seja o único país a ter uma greve feminista, entre as 170 nações que marcaram protestos neste dia. A greve feminista começou a ser organizada em janeiro, em uma plenária com mais de 400 mulheres, e foi abraçada pelos principais sindicatos e centrais sindicais e contou com apoio de inúmeras associações civis e coletivos, ganhando o apoio popular.
Durante as primeiras horas da manhã, calcula-se que 5,3 milhões tenham aderido à paralisação de duas horas, segundo a UGT e a CCOO. Outras centrais, como a CGT e a CNT, além da paralisação, convocaram a greve de 24 horas. Paralisaram hospitais, bancos, escolas, universidades e o serviço público. A greve chegou até a algumas redações da imprensa. Em alguns canais, as apresentadoras não foram trabalhar e os programas de TV estão sendo apresentados apenas por homens, evidenciando a greve feminista. Um manifesto foi assinado por 7.400 comunicadoras.
Ao todo existem 120 manifestações convocadas para hoje no Estado Espanhol. Durante as primeiras horas do dia, piquetes e bloqueios de rua pararam pontos chaves em Barcelona e em outras cidades. Durante a manhã, uma bicicletada percorreu as ruas, divulgando a greve. Manifestantes fizeram protestos dentro de grandes lojas de roupas, exigindo o fechamento. E, às 12h, ocorreram grandes concentrações na Praça, que estão sendo seguidas de piqueniques coletivos. Novas concentrações ocorreram no final do dia, às 19h (hora local), com a principal manifestação na Estação Atocha, em Madrid.

Um dos símbolos da greve tem sido o avental. Nas casas, as mulheres têm pendurado aventais nas sacadas e janela das casas, demonstrando que ali uma mulher aderiu ao protesto, e está em “greve de cuidado”. Logo pela manhã, diversas estátuas de homens amanheceram com um avental e utensílios de limpeza.
Em uma pesquisa feita pelo El Pais, 82% dos entrevistados consideravam que haviam motivos para a greve. Na Espanha, as mulheres ganham 13% a menos do que os homens em tarefas iguais, mas têm mais dificuldade em entrar no mercado
de trabalho, ocupam 73,9% dos contratos em jornada parcial e são ampla maioria no trabalho precário e informal, em especial no doméstico. “Não vamos parar. Este processo nos faz sentir fortes e reforça a ideia de que o caminho é mobilizar-se”, afirmou María Álvarez, da Comissão 8M, um coletivo formado para organizar os protestos, e que mantêm a plataforma http://hacialahuelgafeminista.org.
Com informações do El País, El Mundo e hacialahuelgafeminista.org
Confira a galeria de fotos do jornal El Pais
8 de Março: Dia de ir às ruas unidas contra a intervenção militar e a violência à mulher
Save
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo
11 de setembro de 1973: a tragédia chilena
mundo