É da máxima gravidade a notícia de que a Polícia Civil desbaratou uma operação da milícia para executar Marcelo Freixo. O crime ocorreria no último sábado, 15, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Enquanto a grande imprensa repercutia o fato com certo ar de banalidade, governantes e autoridades políticas mantinham-se em escandaloso silêncio.
É sabido que, desde ao menos a ocasião em que presidiu a CPI das milícias, em 2008, Freixo sofreu incontáveis ameaças, sem que o Estado tenha tomado providências significativas. Por outro lado, passados 9 meses, o assassinato de Marielle e Anderson segue sem explicação. Chama atenção que, ainda que tenha interceptado o mais recente plano para executar Freixo, ninguém tenha sido preso. Lembramos que o Estado do Rio segue sob intervenção militar, que teve no “combate ao crime organizado” uma de suas principais justificativas.
É preocupante o que se avizinha, se tomarmos em conta que estamos às vésperas da posse de Bolsonaro e Witzel, governador eleito do Rio. Enquanto o primeiro é conhecido por incitar a violência política contra a esquerda, o segundo fez da chacota à memória de Marielle peça de agitação em sua campanha eleitoral.
Por isso, em primeiro lugar, os movimentos e organizações da sociedade civil, toda a esquerda social e política e todos os setores democráticos devem se manifestar em repúdio às ameaças à vida de Freixo e juntos exigir do Estado que se responsabilize por sua integridade e garanta ampla liberdade de atividade política. Também nesse sentido devem seguir levantando a bandeira por justiça para Marielle e Anderson.
Os recentes assassinatos de dois militantes do MST na Paraíba reafirmam tragicamente que a luta social e por direitos segue implicando em risco de morte para seus ativistas no Brasil. A emergência de um governo neofascista prenuncia uma escalada na violência política contra a militância de oposição. Não silenciaremos e defenderemos cada um de nossos companheiros e companheiras. Freixo não está só e tem toda nossa solidariedade.
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