“Racismo”. Essa é a denúncia dos codeputados eleitos para compor mandato coletivo pelo PSOL em São Paulo sobre confusão durante cerimônia de diplomação de parlamentares. Um dos integrantes da bancada coletiva encabeçada pela deputada estadual eleita Mônica Seixas foi impedido de subir ao palco para posar para foto junto com os demais integrantes da bancada coletiva. Jesus dos Santos foi impedido por seguranças, puxado e retirado agressivamente do palco. Ainda, foi intimidado pelo também deputado eleito Alexandre Frota (PSL-SP), que, segundo denuncia Santos, teria também o agredido com joelhada.
Em vídeo, é possível ver a atitude truculenta de seguranças e de Frota contra o codeputado. Outro deputado questionando: “Ele foi eleito igual a nós”, enquanto Santos era carregado por seguranças.
Em entrevista à imprensa, Mônica afirmou que tinha anteriormente combinado com o TRE-SP de que os participantes da bancada coletiva receberiam juntos o diploma. A deputada questionou o fato de a ação ter se direcionado apenas contra Jesus dos Santos. Segundo ela, isso é uma demonstração do “racismo estrutural”. A hipótese também foi defendida pelo codeputado. “É o racismo estrutural de todos os nossos dias, que faz com que qualquer preto, qualquer periférico, qualquer mulher seja vista antes de qualquer coisa como agressor, como vagabundo. O tratamento ao qual eu recebi foi esse. Em nenhum momento perguntaram o que estava fazendo, já foram falando ‘saia daqui, que aqui não é o seu lugar’”, afirmou.
E foi como criminoso que Santos foi tratado pelos deputados Frota e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O primeiro o chamou literalmente de “bandido”, durante entrevista, e o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) comparou a ação do eleito pelo PSOL a “atos bandidos”.
“As pessoas estão sendo homenageadas, estão sendo diplomadas, não dá para ter atos como esse tipo de bandido”, afirmou Frota. Questionado sobre o adjetivo contra Jesus dos Santos, reafirmou: “Para mim ele é um bandido” e seguiu: “isso é uma festa para aqueles que foram eleitos e não para bandido, para militante de esquerda ficar fazendo e usando da nossa festa para promover os movimentos deles”, concluiu.
Durante entrevista, Frota deu as costas aos jornalistas claramente irritado. Questionado sobre respeito a diplomação, ele vira para trás, começa a andar e solta: “Quero que vá para a casa do caralho”.
Durante a cerimônia foram diplomados 94 deputados estaduais, 70 federais, os senadores, o governador João Doria (PSDB) e o vice, Rodrigo Garcia (DEM), todos eleitos por São Paulo.
Foto: Reprodução Vídeo G1
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