Desde 2015 se arrasta uma ação popular movida pela militância do PSOL e PSTU contra o então governador do Paraná Beto Richa (PSDB), por uso de dinheiro público para fins pessoais.
No mesmo ano em que autorizou o aumento do ICMS em mais de 90 mil produtos, uma série de cortes nos serviços públicos e o massacre de 29 de abril contra dezenas de milhares de servidores e estudantes paranaenses, o então governador esbanjou dinheiro público em um luxuoso hotel em Paris, de forma injustificada. Isso é o que consta em denúncia protocolada há três anos contra Richa.
Por considerarem um descaso contra os cofres púbicos, alguns militantes do PSOL e do PSTU elaboraram uma ação popular, em 2015, exigindo a devolução dos recursos e pedindo, também, investigação do tucano pelo crime de improbidade administrativa. Finalmente, no dia 07 de agosto, a Justiça do Paraná confirmou a condenação do ex-governador e de sua esposa, em segunda instância, por uso indevido de verba pública.
Em documento oficial registrado no processo, a Procuradoria da Justiça já havia opinado desfavoravelmente aos argumentos de defesa, cuja tese era de que a estada na capital francesa teria sido uma mera “parada técnica”, devido à dificuldade de obter voos para as localidades previstas na agenda oficial do governo. Entre os motivos contra Richa e sua comitiva, alegaram-se a “extravagância” do hotel escolhido, a existência de outras opções de voo mais econômicas e a situação orçamentária precária do Estado. A defesa do tucano, porém, emitiu nota dizendo que recorrerá da decisão da justiça, por considerá-la “equivocada”.
Conforme informou Rodrigo Tomazini, um dos co-autores da ação, em 2015, “a viagem custou cerca de R$ 160 mil para os cofres públicos – basicamente R$ 12 mil por dia, sendo que sequer teria direito às diárias por não se tratar do desempenho da função pública. Não havia qualquer justificativa plausível para tais gastos, significando um abuso contra os paranaenses”.
Tomazini, hoje licenciado da executiva nacional da central CSP-Conlutas, concorre ao Senado pelo PSOL sob a intenção de colocar o mandato a serviço da revogação das reformas de Temer, contrapor as oligarquias regionais e para defender os direitos dos trabalhadores e da população mais pobre. Sua militância na educação e nos movimentos populares já denunciavam o tucano desde seu primeiro mandato no governo do Paraná.
Agora, após decisão da Executiva Estadual, o PSOL do Paraná pedirá a impugnação da candidatura de Richa, assim que este entrar com pedido de registro para concorrer ao Senado. Fará isso porque entende haver provas materiais contundentes.
Além desta postura judicial, o PSOL manterá sua posição política firme contra Beto Richa e o PSDB, ambos inimigos do povo trabalhador e responsáveis por inúmeros ataques às conquistas sociais dos trabalhadores e estudantes nos últimos anos em nosso estado.
Prof. Lorenzo Balen é militante da Resistência/PSOL e membro do Diretório Estadual do PSOL
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