No dia 9 de agosto ocorreu na UFAL a mesa “Amanhecer pela vida das mulheres: pela descriminalização do aborto”. Organizada pelo AFRONTE, a mesa contou com a presença da médica Mariana Pércia, a mestranda em Direito Elita Morais e com a professora Belmira Magalhães, importante referência marxista e feminista da UFAL. A mesa foi convocada pelo Afronte!
Era uma atividade com uma plateia majoritariamente feminina que no auge da discussão política sobre a legalização do aborto na Argentina veio debater os rumos político do direito democrático das mulheres sobre o próprio corpo. Durante a atividade um grupo de estudantes que se intitulam conservadores e tem entre seus membros apoiadores da Monarquia e eleitores do Bolsonaro, foram de forma organizada, não para discutir ideias, mas para fazer provocações, e, como não conseguiram vencer com argumentos, partiram para implosão estigmatizar mulheres e LGBTs. Destilavam ódio, fazendo pouco caso das mortes de mulheres em decorrência do feminicídio, e, na tentativa de intimidar, filmaram as mulheres que estavam na mesa.
As pessoas que destilam o ódio fascista pró-Bolsonaro não sabem que mulheres unidas na luta contra a violência são muito fortes. Eles esquecem que as mulheres são sementes como Marielle Franco e que vão precisar de muito para intimidar dentro da universidade. Tentaram destruir o espaço, mas nós fomos até o fim. Resisitimos.
Nós, da resistência, queremos repudiar totalmente o fato ocorrido e afirmar que estaremos juntos das mulheres nessa luta, que não nos deixaremos intimidar. A UFAL como universidade pública e socialmente referenciada não combina com o ódio destilado por grupos como esse e acreditamos que a Reitoria, as entidades estudantil e dos trabalhadores, além dos grupos de combate opressões e todos os lutadores pela democracia devem cerrar fileiras contra o avanço do conservadorismo e do fascismo, dentro e fora da Universidade.
O Brasil é o quinto país no mundo onde mais se matam mulheres. Alagoas está entre os estados onde mais se matam mulheres, negros/as e LGBTs, é com essa violência diária que os setores oprimidos em nosso Estado convivem cotidianamente, não iremos permitir que nos espaços onde mulheres se reúnem para falar sobre o combate à violência, elas tenham que sofrer intimidação e agressão.
A criminalização do aborto é o responsável pela morte de milhares de mulheres no Brasil, mulheres em sua maioria negras e pobres, mulheres como Ingriane Barbosa, mãe de três filhos, completamente desassistida pelo Estado, completamente sozinha e que, sem nenhuma condição para ter outro filho, acabou morrendo com um talo de mamona no útero em uma tentativa desesperada de abortar. O aborto é um problema de saúde pública não uma questão penal. Nenhum grupo conservador, fascista ou pró-Bolsonaro vai nos impedir de falar isso, não vão conseguir nos calar com violência.
Convidamos todos para o ato debate convocado pelo AFRONTE! e várias organizações e lutadores. A manifestação ocorrerá no ICHCA as 16h, na próxima quinta feira, 16/08. Queremos nele repudiar as atitudes violentas e dar uma resposta a altura. Não aceitaremos que calem quem luta pelas liberdades democráticas, muitos morreram defendendo o direito democrático da livre expressão e contra os discursos de ódio. – Convocamos em especial as mulheres, esse espaço é nosso e ninguém vai nos tirar!
NENHUMA LIBERDADE AOS INIMIGOS DA LIBERDADE!
NEM PRESAS NEM MORTAS!
É PELA VIDA DAS MULHERES!
NENHUMA A MENOS!
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