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Cadernos de militantes da Oposição de Esquerda são descobertos em prisão russa

Por: Vladimir Volkov e Clara Weiss. Tradução: Genilda Souza

Especial 80 anos da IV InternacionalNos 80 anos da fundação da Quarta Internacional, como se fosse um presente de aniversário, foram encontrados em uma antiga prisão da ex-URSS, dezenas de documentos escritos por membros da Oposição de Esquerda, que se encontravam presos nos anos de 1930. A mídia russa deu ampla divulgação a esta descoberta e já publicou três dos documentos encontrados, que são reproduzidos em parte neste artigo. O Esquerda Online reproduz abaixo o texto publicado no World Socialist Web Site, órgão do Comitê Internacional da Quarta Internacional (ICFI, sigla em inglês).

 

DESCOBERTA HISTÓRICA DE MANUSCRITOS DA OPOSIÇÃO DE ESQUERDA DO INÍCIO DOS ANOS 1930

Em fevereiro de 2018, cerca de 30 documentos escritos por membros da Oposição de Esquerda Trotskista nos anos 1932-1933 foram encontrados na prisão de Verkhneuralsk, no sul dos Urais, na Rússia. A maioria deles foi escrita em cadernos, enquanto os membros da Oposição de Esquerda estavam presos. Os documentos foram descobertos durante um trabalho de manutenção sob as tábuas do piso da câmara n° 312 da prisão.

Lev Sedov, filho de Trotsky, e editor do Boletim da Oposição de Esquerda

Lev Sedov, filho de Trotsky, e editor do Boletim da Oposição de Esquerda

Apenas uma pequena parte da literatura da oposição trotskista que foi escrita na União Soviética nesse período era conhecida até agora. A polícia secreta stalinista, a OGPU-NKVD, fez o possível para destruir os documentos produzidos pelos trotskistas. Apenas alguns deles atravessaram a fronteira, onde puderam ser publicados no Boletim da Oposição, editado por Leon Trotsky, líder da Oposição de Esquerda, e seu filho Lev Sedov.

A descoberta desses documentos é de grande importância histórica e política. O conteúdo dos três documentos publicados até agora são uma comprovação das décadas de luta do movimento trotskista, que fundou a Quarta Internacional em 1938, contra o stalinismo contrarrevolucionário. A publicação destes documentos constitui um grande golpe nas falsificações stalinistas que, por décadas, têm procurado caluniar, depreciar e silenciar o movimento trotskista.

Os documentos confirmam que a Oposição de Esquerda, mesmo depois de ter seus membros expulsos do Partido Comunista e presos, permaneceu com uma força extraordinária. Como o historiador Alexander Fokin, que leciona na Universidade Estadual de Chelyabinsk e está entre os que trabalham para publicar esses documentos, observou:

“Na historiografia, a visão predominante é de que, após 1927, com a derrota de Trotsky, a Oposição de Esquerda na Rússia deixou de existir. Mas essa descoberta prova que mesmo a prisão stalinista não conseguiu quebrar essas pessoas – eles organizaram e continuaram a luta. Com base nos manuscritos, fica claro que eles estavam realmente se empenhando em criar um programa alternativo para o desenvolvimento da URSS.”

A Oposição de Esquerda surgiu no outono de 1923, no último período da vida de Lênin e em meio à derrota da revolução alemã, quando o crescimento do burocratismo no Estado soviético e no Partido Comunista fez surgir uma oposição dentro do partido e da classe trabalhadora como um todo. O atraso da economia russa, a herança do czarismo e o atraso da revolução internacional, especialmente na Europa, fortaleceram os setores conservadores, de orientação nacionalista, no aparato do partido e no Estado soviético. Estes setores encontraram na teoria do “socialismo em um só país”, criada por Bukharin e Stalin, no final de 1924, uma justificativa ideológica em oposição ao espírito e a perspectiva internacionalista da Revolução de Outubro de 1917.

Durante o período da Nova Política Econômica (NEP) em meados da década de 1920, a Oposição de Esquerda criticou a direção majoritária do partido, encabeçada por Stalin, e que incluía as forças centristas e de direita, por se adaptar aos pequeno-burgueses, aos aspirantes a burgueses (Nepmen) e aos kulaks (camponeses ricos), bem como por impedir o desenvolvimento da indústria e por suprimir a democracia interna do partido. Na política externa, os trotskistas condenaram a linha cada vez mais oportunista do Comintern, que levou a uma série de derrotas devastadoras da classe trabalhadora, inclusive na Grã-Bretanha e na China.

Trotsky com os integrantes da Oposição de Esquerda, em 1927

Trotsky com os integrantes da Oposição de Esquerda, em 1927

No outono de 1928, o curso a direita da direção majoritária do Partido Bolchevique foi substituído por um ziguezague de extrema esquerda. Uma das razões para isso foi uma crise de grãos provocada, como havia previsto a oposição, pela negativa dos kulaks de vender grãos ao estado a preços desfavoráveis. Após um período de industrialização lenta e crescente dependência de mecanismos do mercado, a direção stalinista mudou para o outro extremo – uma política caótica e aventureira de industrialização e coletivização forçada da agricultura.

Como resultado da enorme luta interna, Trotsky e Zinoviev, juntamente com cerca de 8.000 oposicionistas, foram expulsos do partido no Décimo Quinto Congresso do PCURSS, em dezembro de 1927. A partir deste momento, a repressão contra os oposicionistas de esquerda aumentou. A pena de exílio foi substituída por sentenças de prisão e as condições de encarceramento tornaram-se cada vez mais cruéis. Como o historiador e sociólogo Vadim Rogovin enfatizou, “as bases do regime político burocrático-centrista, que se protegeu de quaisquer tentativas de promover a renovação socialista, foram usadas na luta contra a Oposição de Esquerda”. (VZ Rogovin, Vlast ‘i oppozitsii , Moscou: 1993, p. 118)

Prisão Verkhneuralsk, na Rússia, onde foram encontrados os documentos

Prisão Verkhneuralsk, na Rússia, onde foram encontrados os documentos

Juntamente com as prisões políticas em Yaroslavl e Suzdal, a Prisão Verkhneuralsk, cujo edifício fora construído nos anos 1910, tornou-se um centro para o encarceramento de dissidentes expulsos, incluindo os bolcheviques-leninistas, como os oposicionistas trotskistas se denominavam.

Entre as figuras mais conhecidas da prisão política de Verkhneuralsk estavam os ex-membros do Politburo Grigory Zinoviev e Lev Kamenev, o ex-chefe do Gosbank (Banco do Estado) e vice-chefe do VSNKh (Conselho Superior da Economia), Georgii Piatakov, o ex-secretário do Comintern, Karl Radek, ex-editor-chefe da Komsomol’skaia pravda , Aleksandr Slepkov e seu amigo, o escritor Dmitrii Maretskii, que era o irmão de Vera Maretskaia, uma estrela de cinema soviético famosa na década de 1930. Entre os prisioneiros também estavam incluídos pequenos grupos de mencheviques, socialistas-revolucionários e representantes de outras tendências políticas.

Uma lista de 117 nomes de bolcheviques-leninistas presos, publicada no Boletim da Oposição em março de 1931, incluía alguns dos mais destacados representantes do trotskismo internacional na época: Fedor Dingelshtedt, um importante teórico da Oposição de Esquerda; Viktor Eltsin, editor do Collected Works de Trotsky em russo; Nevelson, marido da filha mais nova de Leon Trotsky, Nina Bronstein, e um dos principais opositores ao stalinismo, Musia Magid, e Igor ‘Poznansky, um dos ex-secretários de Trotsky e um de seus colaboradores mais próximos.

Exilados da Oposição de Esquerda. No alto, à esquerda: Viktor Borisovich Eltsin. No meio, à direita: Igor M. Poznansky. Ambos eram colaboradores muito próximos de Trotsky

Exilados da Oposição de Esquerda. No alto, à esquerda: Viktor Borisovich Eltsin. No meio, à direita: Igor M. Poznansky. Ambos eram colaboradores muito próximos de Trotsky

Dentre os documentos publicados, talvez os mais importantes sejam as teses dos bolcheviques-leninistas sobre o “Golpe Fascista na Alemanha”, de 1 de abril de 1933. (Clique para ler o original em russo) Escrito apenas dois meses após Hitler ter tomado o poder na Alemanha, através de uma conspiração, oferece uma análise detalhada das origens do fascismo alemão e das tarefas que a classe trabalhadora enfrentava em toda a Europa. O documento começa colocando a ascensão do nazismo no contexto da crise do capitalismo mundial:

“O golpe contrarrevolucionário organizado pelo estado, que acabou de ocorrer na Alemanha, a contrarrevolução de março, é um evento de grande significado histórico. A guerra mundial imperialista não resolveu nenhuma das contradições da sociedade capitalista. Pelo contrário, intensificou-as e aprofundou-as extraordinariamente, trazendo-as para um estágio superior […] A crise econômica mundial abalou profundamente os fundamentos da sociedade capitalista. Mesmo o todo poderoso Estado imperialista americano tremeu sob seu impacto.”

O documento enfatiza que a decisão do capitalismo alemão de colocar o fascismo no poder significou uma escalada da contrarrevolução internacionalmente. A burguesia alemã, argumentam os bolcheviques-leninistas, decidira destruir quaisquer concessões que tivesse sido forçada a fazer aos trabalhadores e marinheiros alemães, na revolução de 1918/19.

Uma parte significativa do documento trata da traição do Partido Comunista Alemão (KPD) e suas implicações históricas. O texto ataca fortemente o KPD por ter semeado ilusões nos elementos supostamente “socialistas” do programa do Nacional Socialismo, o que acabou orientando os trabalhadores alemães para o partido nazista, por ter glorificado a ascensão do fascismo como “uma radicalização de esquerda das massas”, ao mesmo tempo em que se opôs a uma frente única com os trabalhadores do Partido Socialdemocrata, afirma o documento:

“A falta de combate da direção do Partido Comunista Alemão ao golpe fascista é apenas o elo decisivo e definitivo na cadeia de traições a revolução mundial que o stalinismo internacional vem cometendo há anos. Essa traição à revolução internacional […] entrará para a história juntamente com a data de 4 de agosto de 1914 [quando a socialdemocracia alemã aprovou os créditos de guerra para o governo alemão].

[…] Ao rejeitar a revolução permanente internacional, ela [a burocracia] alimenta a contrarrevolução. A burocracia da URSS tem aberto o caminho para que a reação mundial possa esmagar o movimento comunista. A URSS está se isolando do proletariado mundial assim como o proletariado mundial está sendo isolado do proletariado da URSS.”

Manuscrito intitulado “A situação do País e as tarefas dos bolcheviques-leninistas"

Manuscrito intitulado “A situação do País e as tarefas dos bolcheviques-leninistas”

Os bolcheviques-leninistas não só criticaram o KPD por suas políticas. Eles resumiram o programa que havia sido construído por anos através das análises e declarações da Oposição de Esquerda, e especialmente por Leon Trotsky, da situação na Alemanha. Em seguida, expuseram sem rodeios a única política correta que teria sido capaz, se implementada pela Internacional Comunista, de mudar a situação e a correlação de forças em favor da classe trabalhadora:

“À luz do crescente perigo de um golpe fascista, a direção revolucionária dos comunistas está obrigada a:
Fortalecer cotidianamente a frente antifascista da classe trabalhadora;
Preparar imediatamente uma greve geral em resposta a qualquer tentativa de golpe fascista;
Organizar tudo o que for necessário para armar os trabalhadores para a tomada do poder revolucionário;
Mobilizar as melhores forças do movimento comunista mundial para ajudar o proletariado alemão;
Mobilizar o Exército Vermelho da URSS para apoiar um ataque antifascista da classe trabalhadora alemã;
Declarar com coragem à opinião pública e ao proletariado da Alemanha que ele não está sozinho na sua heroica luta contra o fascismo, que o proletariado da URSS irá ajudá-lo a esmagar a contrarrevolução com todos os recursos que o país tem à sua disposição, inclusive com as forças armadas, que aguardam este momento histórico, prontos e mobilizados. Que o proletariado russo cumprirá o seu dever para com seus irmãos alemães com a mesma determinação com que estes últimos cumpriram o seu em relação à Rússia em 1918.”

Ao não cumprirem essas “responsabilidades revolucionárias internacionais elementares”, para os bolcheviques-leninistas, “o stalinismo internacional preparou e orquestrou uma gigantesca derrota mundial do proletariado. Com isso, completou a sua traição à revolução. Desta forma, o Comintern se colocou fora dos marcos revolucionário, chegou ao fim-da-linha, e se tornou a ala esquerda da socialdemocracia.” [Ênfase no original.]

O documento resume os perigos que a classe trabalhadora enfrenta. “As contradições internas e externas vão empurrar o governo da Alemanha fascista para o caminho da agressão externa e, no plano histórico, contra a URSS, pois não há e não pode haver outro caminho para a consolidação a longo prazo da contrarrevolução, que não seja através da guerra.”

No entanto, o regime nazista não duraria décadas, mas anos, previam os bolcheviques-leninistas, e a classe trabalhadora entraria em luta revolucionária, inclusive na própria Alemanha:

“A classe trabalhadora alemã constitui metade do país. Estamos vivendo uma época de guerras e revoluções, quando a experiência política das massas cresce rapidamente, quando todos os processos da vida social estão se movendo a uma velocidade sete vezes maior, quando as classes não podem permanecer por muito tempo em um estado de confusão ou passividade, não importa quão cruel sejam as derrotas sofridas.”

O documento conclui:

“A revolução mundial está entrando em uma das suas fases mais dramáticas. Para explicar isso aos trabalhadores de todo o mundo, para mobilizar os trabalhadores, para assegurar que a classe trabalhadora compreenda as causas que levaram a esta fase, que entenda que a vitória do proletariado é impossível sob o regime stalinista, não só aqui [na União Soviética], mas também na Europa, que o stalinismo internacional é uma das barreiras que a classe trabalhadora precisa esmagar para superar a gigantesca onda de reação mundial – essa é a nossa tarefa principal. E somos obrigados a cumpri-la em todas as possibilidades e com todas as armas que estiverem ao nosso alcance.”

As teses foram assinadas por 30 trotskistas presos, incluindo: Dingel’shtedt F., Kariakin M., Papirmeister P., Shinberg B., Novikov P., Abramskii A., Portnoi M., Bodrov M., Papirmeister Ya., Fel ‘dman, Nevel’son M., Kessel’, Borzenko, Blokh, Kugelev, Kozhevnikov N., Zaraikin, Papirmeister S., El’tsin VB, Danilovich L., Khugaev K., Brontman, Vashakidze, Gogelashvili, Topuriia, Efremov Shiptal’nik, Sasorov, Kholmenkin, Shvyrov.

O documento é, em todos os aspectos, extraordinário. Separados da Oposição Internacional de Esquerda e presos, os trotskistas soviéticos elaboraram uma análise que em todos os pontos centrais coincidiu completamente com a de Trotsky, acrescentando aspectos que são importantes para uma avaliação histórica abrangente de 1933. Embora o documento ainda não chamasse a formação da Quarta Internacional – o que o próprio Trotsky só publicaria mais tarde naquele ano – não há dúvida de que, a julgar por este documento, os principais trotskistas soviéticos teriam apoiado e contribuído para a construção da Quarta Internacional. Além disso, a distribuição de tais documentos na Europa e especialmente na Alemanha, em meio ao colapso total das antigas lideranças, teria um enorme impacto na conscientização de milhares, senão de milhões de trabalhadores.

Os documentos publicados até agora são apenas um décimo do que foi encontrado. Entre os manuscritos descobertos estão vários cadernos sob o título comum: “A crise da revolução e as tarefas do proletariado.” Outros documentos trazem títulos como: “Uma revolução unificada ou ambígua?” “Sobre os resultados da discussão sobre a revolução permanente”, “A teoria da revolução permanente e a teoria do socialismo em um país”, “Sobre a fundamentação teórica da oposição leninista e do nacional-socialismo stalinista”, “Questões básicas da economia e da política do período de transição”, “Teses sobre política econômica (para discussão geral e coletiva).”

Esses documentos sublinham, ilustram e, em certo sentido, demonstram o crime histórico que a burocracia stalinista cometeu, em primeiro lugar por isolar estes quadros do proletariado soviético e internacional e, em seguida, por assassiná-los no genocídio político que foi o Grande Terror. É precisamente porque a burocracia stalinista reconheceu que a linha política da Oposição de Esquerda coincidia internacionalmente com as experiências vivas da classe trabalhadora, e articulava suas tarefas estratégicas e políticas, que reprimiu os seus membros com uma brutalidade histórica sem precedentes.

A partir de 1933, os oposicionistas foram levados para campos de trabalho forçado, e no final de 1936 estavam todos confinados nos dois lugares mais terríveis – os campos de Kolyma, no leste da Sibéria e os acampamentos de Vorkuta perto do círculo polar, no norte da cidade dos Urais.

Nestes campos muitos morreram de fome, doença, trabalho forçado, ou foram executados. Temendo que a ascensão internacional da classe trabalhadora beneficiasse o movimento trotskista, a burocracia stalinista intensificou a repressão e lançou o Grande Terror, no qual não menos que 20.000 a 30.000 trotskistas soviéticos e centenas de milhares ou mesmo milhões de comunistas e intelectuais socialistas foram mortos. Praticamente todos aqueles que foram presos em Verkhneuralsk foram assassinados.

Não há dúvida de que os dirigentes da Oposição de Esquerda destruídos por Stalin teriam desempenhado um papel central na condução dos movimentos revolucionários contra o fascismo, que irromperam dentro da classe trabalhadora europeia, tanto na véspera da Segunda Guerra Mundial quanto no início da década de 1940. O terrorismo em massa do stalinismo contra o movimento trotskista e comunista, auxiliado pelo terror nazista, forneceu as condições para que esses movimentos fossem manipulados politicamente e colocados sob o controle do stalinismo.

Estes documentos reivindicam a luta trotskista contra a burocracia stalinista contrarrevolucionária. Cada elemento de sua análise foi confirmado por eventos. Ninguém, tendo lido esses documentos, pode argumentar que a Oposição de Esquerda era uma força política insignificante na União Soviética. Cada linha nestes documentos é imbuída de otimismo revolucionário, tenacidade e visão, e um espírito de luta orgulhoso e sólido.

O movimento trotskista foi e sempre será, como os bolcheviques-leninistas enfatizaram, antes de tudo uma tendência internacional. É por isso que, quaisquer que fossem os horrendos crimes de Stalin e quaisquer que fossem as perdas extraordinárias que o movimento trotskista sofreria, não foi derrotado ou destruído como uma tendência política. […]

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