Sobe para 24 o número de mortes no Complexo da Penha, sob aplausos de Bolsonaro e Claudio Castro
Publicado em: 25 de maio de 2022
Já são 24 mortos durante a operação policial no Complexo da Penha, nesta terça-feira, 24, após a morte de duas pessoas que estavam no hospital Getúlio Vargas. A chacina já é a segunda do estado: supera a da Vila Operária em Duque de Caxias, em 1998, com 23 mortos, aproximando-se do massacre do Jacarezinho em 2021, com 28 mortos, também durante o governo Claudio Castro. O número pode aumentar, pois quatro pacientes ainda estariam no hospital, dois em estado grave. Ainda não foram divulgados os nomes das vítimas ou dados da perícia. Segundo o portal Voz das Comunidades, o número de mortes já seria de 26.
A operação, apresentada como resultado de uma longa investigação, é mais uma chacina, com dezenas de mortes, incluindo uma moradora, de 41 anos, atingida dentro de casa. Além do sofrimento de milhares de moradores, no meio do tiroteio e com a vida interrompida. Ainda assim, mais uma vez, o governador Claudio Castro e o presidente Jair Bolsonaro imediatamente comemoraram e aplaudiram os policiais. Bolsonaro deu “parabéns aos guerreiros do BOPE e da Polícia Militar do Rio de Janeiro” e afirmou que eles “neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa”. A operação, pelos números, aponta características de execução, visto que apenas um policial, civil, foi ferido, durante trabalho de perícia. Nenhum policial em combate foi atingido, em contraste com o número de mortes na ação.
Claudio Castro, que é pré-candidato à reeleição, usa estas ações como peça de propaganda, diante de setores da extrema direita e parte do eleitorado que aplaude ações como essa. Não a toa, o governador já promoveu 39 chacinas em apenas um ano no Rio de Janeiro, segundo o Instituto Fogo Cruzado e o Geni UFF, em comunidades e favelas do estado, ampliando o genocídio do povo negro. O Instituto Fogo Cruzado aponta ainda que a cada 24 horas 5 pessoas foram baleadas no grande rio em 2021.
A chacina provocou a reação de coletivos e entidades de direitos humanos, parlamentares e lideranças de esquerda. Durante todo o dia, exigiram o cessar fogo e o fim da operação. Especialistas em segurança denunciaram ainda a participação de policiais da Polícia Rodoviária Federal, fora de suas funções. Tatianny Araújo, da Resistência Feminista, lembrou que nesta quarta-feira. 25, completam-se dois anos do assassinato de George Floyd, nos EUA, que deu origem a uma jornada mundial de protesto. “No Brasil o racismo no joelho do policial branco que matou Floyd é o mesmo das armas dos policiais na chacina de ontem, a mando de Claudio Castro. Não conseguimos respirar!”
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