editorial

Massacre de Cláudio Castro-PL: quantos mais têm que morrer para essa guerra acabar?


Publicado em: 29 de outubro de 2025

Editorial

Resistência-PSOL e Insurgência-PSOL

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Editorial

Resistência-PSOL e Insurgência-PSOL

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

Uma cidade em caos e pânico. Mais de uma centena de mortos, entres eles: “suspeitos”, policiais e moradores não identificados. Esse é o saldo da operação policial que transformou os complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em campo de guerra.

Esta operação policial, que termina como sendo aquela com maior número de mortos na história do Rio de Janeiro, revela a institucionalização de uma doutrina de guerra que, há décadas, se mostra infrutífera e sem resultados efetivos no combate ao crime organizado.

O Governo de Cláudio Castro (PL) aprofunda o modo de governar da extrema direita, agravando a barbárie e expondo como o Rio de Janeiro é um dos principais laboratórios da extrema direita no Brasil, com métodos de guerra para controle e aniquilamento da pobreza. Essa ação policial, visa agitar as bases bolsonaristas em torno de um projeto anti-direitos humanos e salvar a popularidade de Castro, pré candidato ao Senado.

Nas últimas semanas, a base do governo na ALERJ aprovou o retorno da chamada Gratificação Faroeste, um projeto que prevê bonificações de 10% a 150% para policiais envolvidos em operações, apreensões ou na chamada “neutralização de criminosos”. Embora o governador tenha vetado a proposta sob a justificativa de evitar gastos para o estado, o massacre ocorrido nesta terça-feira escancara o verdadeiro compromisso do governo: a manutenção de uma política de segurança baseada no confronto e que tem resultado a violência sem fim que atinge o trabalhador negro e favelado, que fica a mercê diante do crime organizado e do governador.

O governador do estado buscou fazer política em cima da contagem de corpos, e colocou em risco milhares de moradores, expôs o despreparo de seu governo e a cidade foi paralisada na tarde de terça feira pelo crime organizado. Castro tenta, com o tema de segurança pública, fortalecer a extrema direita, sua base radical e seu discurso contra o governo federal.

Esse cenário se agrava no contexto da recente aprovação da ADPF das Favelas, ainda que acompanhada de críticas de Cláudio Castro. Mesmo com todos os seus limites, a ADPF busca estabelecer parâmetros mínimos para conter as operações policiais nas favelas, mas a prática cotidiana mostra que o Estado continua ignorando decisões judiciais e reforçando a lógica do extermínio. Essas duas movimentações ajudam a construir os sentidos do projeto de poder da extrema direita no Estado, que é ultra violento, letal e militarizado – mas ineficaz em combater o crime organizado.

Vale lembrar que Castro, assim como os governadores de direita, foram contra o avanço da PEC da Segurança Pública. Essa PEC que busca uma ação unificada entre município, estado e União, medidas comuns da polícia civil, militar, federal, ministério da justiça e secretaria nacional de segurança pública.

Temos certeza de que é urgente pensar saídas e a construção de uma nova visão de segurança pública, que não seja construída apenas pela lógica bélica e de produção de morte, mas sim de forma universal e integrada aos direitos sociais, como saúde, educação, moradia e cultura.

Não acreditamos na retórica de uma “guerra às drogas”, que na prática se mostra incapaz de combater o crime organizado, além de alimentar o ciclo de mortes, colando o morador da favela como uma potencial criminoso. Sendo uma legitimação para o abandono dos territórios periféricos e seus moradores.

Nesse sentido, o PSOL segue como pólo estratégico de denúncia dessas políticas no parlamento e nas ruas e deve se posicionar, mais que nunca, ao lado dos movimentos de mães e familiares de vítimas de violência de estado, com o movimento negro, na defesa dos direitos humanos, contrário ao uso político da violência como faz a extrema direita, e pela construção de um outro modelo de Segurança Pública.

A democracia brasileira não sobreviverá enquanto o Estado continuar a escolher quem merece viver. O chamado para ir às ruas da Coalizão Negra por Direitos em todo país no dia 31/10 com o mote: “CHAMADA GERAL CONTRA A MORTE! O Estado mata negros e pobres no RJ e no Brasil” é fundamental para que seja desenvolvida uma resistência à pena de morte instaurada pelos governos fascistas em nosso país.

 

Voir cette publication sur Instagram

 

Une publication partagée par Esquerda Online (@esquerdaonline)


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição