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Pernambuco: trabalhadores e trabalhadoras da Compesa entram em greve por tempo indeterminado a partir de 13/10


Publicado em: 10 de outubro de 2025

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Sérgio Gaspar, de Recife

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Os trabalhadores e trabalhadoras da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) aprovaram, em assembleias descentralizadas realizadas no dia 9 de outubro, no Recife, Caruaru e Petrolina, a deflagração de greve por tempo indeterminado.

A paralisação começa na segunda-feira, 13 de outubro de 2025, com um grande ato em frente à sede administrativa da Compesa, na Rua Jaime da Fonte, em Santo Amaro, Recife. A decisão reflete o compromisso da categoria com a defesa de uma Compesa 100% pública, eficiente e com trabalhadores valorizados, e por um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) justo.

Privatização parcial: ameaça à água como direito

A greve ocorre em meio ao processo de privatização parcial da Compesa, anunciado pelo Governo de Pernambuco, comandado pela governadora Raquel Lyra (PSDB). No último dia 12 de setembro, o governo confirmou a data do leilão de concessão parcial da Companhia, que prevê a transferência dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto para a iniciativa privada.

A parte mais rentável e atrativa para o mercado será entregue ao setor privado, enquanto a produção e captação da água — etapa mais difícil, custosa e sujeita às mudanças climáticas — permanecerá sob responsabilidade pública.

A categoria denuncia que esse modelo aprofunda a desigualdade no acesso à água e coloca em risco um serviço essencial, que deve ser garantido como direito humano e não como mercadoria.

Falta de garantias e promessas apenas verbais

Durante coletiva de imprensa, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, afirmou que “a governadora Raquel Lyra tomou a decisão de que não haverá demissões na Compesa” e que “os servidores serão aproveitados”.

Os trabalhadores, no entanto, contestam:

“Nenhum documento foi assinado. Nenhuma lei de reaproveitamento do quadro foi apresentada. Estamos em campanha salarial e, desde a primeira reunião da mesa de negociação, o governo se recusa a formalizar qualquer garantia”, Kaline Lemos, assistente social da Compesa, do comando de greve.

O movimento grevista exige garantias reais de manutenção dos empregos, reposição salarial e respeito ao ACT, além de transparência sobre o futuro da Companhia e dos seus servidores.

Compesa pública é compromisso com o povo pernambucano

A luta não é apenas por direitos trabalhistas — é uma luta em defesa do povo e do saneamento público.
Os trabalhadores afirmam que a Compesa tem plenas condições de seguir sendo 100% pública, com investimento, valorização dos seus técnicos, concurso público e compromisso social.

A greve é, portanto, uma resposta coletiva a um projeto que ameaça a soberania sobre um bem essencial: a água.

“Estamos nas ruas para dizer que água é vida, não é mercadoria. Pernambuco precisa de uma Compesa pública, forte e comprometida com o interesse do povo, não com o lucro das empresas”, reforça Lívia Clemente, assistente social também do comando de Greve.

Ato em defesa do direito à água

O ato de abertura da greve acontece no dia 13 de outubro, às 8h, em frente à sede administrativa da Compesa, no bairro de Santo Amaro, Recife.

Com faixas, palavras de ordem e o apoio de diversas entidades sindicais e movimentos populares, os trabalhadores reafirmam que esta é uma greve em defesa da Compesa, da classe trabalhadora e do direito à água para todos e todas em Pernambuco.


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