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O que está em jogo nas eleições do SINDTIFES-PA?
Publicado em: 8 de setembro de 2025
2014
Nos dias 10 e 11 de setembro de 2025 haverá eleições para a nova diretoria colegiada do Sindicato dos Técnico-Administrativos das Universidades Federais do Pará (UFPA, UFRA, UFOPA e UNIFESSPA) para o triênio 2025-2028.
Três chapas estão concorrendo às eleições com projetos distintos. Porém, a análise de conjuntura, o programa e o perfil político da chapa 1 – TAE’s na luta por novas conquistas – expressam melhor as necessidades e os interesses da categoria.
Enquanto uma das chapas peca, por um lado, pelo imobilismo e pela falta de crítica ao governo federal, a outra, por outro lado, peca pelo excesso de radicalismo e a oposição sectária/irresponsável contra o governo Lula.
Nós da chapa 1 consideramos que o melhor caminho é a independência, isto é, saber articular capacidade de luta e enfrentamento com capacidade de diálogo e negociação, não perdendo de vista que nosso inimigo principal é a extrema-direita de Trump e a ‘familícia’ Bolsonaro.
Após 6 anos de governos Temer e Bolsonaro de reajuste zero para os servidores federais, os servidores públicos em geral, e os TAE’s em particular, conseguiram perceber que a oportunidade para voltar a lutar e conquistar vitórias salariais e na Carreira estava dada a partir de 2023 com o novo governo Lula. E foi assim na histórica greve de 2024, de mais de 100 dias, em que a categoria conseguiu arrancar vitórias importantes.
Parte considerável desse acordo vitorioso, porém, ainda não foi cumprido pelo governo, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, a racionalização dos cargos e o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC). Este último item necessita ainda de aprovação no Congresso Nacional de Projeto de Lei para entrar em vigor em abril de 2026, uma conquista que vai mudar a realidade dos vencimentos recebidos pela categoria.
A prioridade da próxima direção do sindicato deve ser lutar contra a reforma administrativa, pelo cumprimento integral do Acordo de Greve de 2024 e o reajuste nos auxílios. Junto com isso, é fundamental não abandonar os aposentados. Lutar pelo reposicionamento e criação do auxílio nutrição para pessoas aposentadas é urgente, pois é justamente na aposentadoria que os custos de vida com alimentação e saúde se tornam maiores.
Outra frente de atuação da direção sindical deve ser a luta pela democratização das Universidades. Lutar para que os TAE’s deixem de ser tratados como servidores de segunda categoria e possam se candidatar a assumir cargos de Direção, incluindo o de Reitor. Na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a luta pela democracia assume uma importância excepcional, pois a universidade passou por uma intervenção bolsonarista nos últimos 4 anos que acabou com a paridade nos Conselhos e com as eleições nas unidades acadêmicas e campi.
Estamos próximos de derrotar o ponto eletrônico nessa universidade, mas a luta não pára por aí. É necessário recuperar a paridade nos órgãos colegiados.
Nos hospitais universitários, o desafio é fortalecer a luta para que os médicos e médicos veterinários tenham direito a receber o mesmo reajuste dos demais TAE’s e não somente a metade. Além disso, batalhar por uma revisão criteriosa do contrato da UFPA com a EBSERH, ao passo em que devemos exigir concurso público para a área da saúde, respeito no tratamento com os servidores RJU, contra a cessão compulsória.
E nas 4 universidades federais do Pará uma pauta que grita é a necessidade de políticas e práticas institucionais que previnam e combatam eficazmente o assédio moral, uma questão que é urgente e infelizmente comum e generalizada.
E a paralisação dos dias 10 e 11 de setembro?
Muitos colegas tem nos perguntado sobre a paralisação nacional contra a reforma administrativa na mesma data das eleições do sindicato.
Infelizmente, a atual direção do sindicato não convocou assembleia geral para que a categoria pudesse debater e deliberar sobre isso. Nós da chapa 1 enviamos ofício à direção no dia 1° de setembro, apresentando a necessidade de que a assembleia fosse convocada, porém não tivemos nenhuma resposta.
Consideramos um erro grave as universidades do Pará não terem tido assembleia para aprovar a participação (ou não) na paralisação nacional. Se tivesse ocorrido a assembleia e a paralisação tivesse sido aprovada, o natural seria remarcar a data da eleição para a semana seguinte. Essa nos parecia ser a decisão mais sensata, afinal de contas a luta contra a reforma administrativa é urgente.
Contudo, diante do fato de que as eleições vão mesmo ocorrer nos dias 10 e 11 setembro, fazemos um chamado a todas as pessoas filiadas ao SINDTIFES-PA para que exerça seu direito democrático e vote para melhorar a gestão política e administrativa de nossa entidade sindical que completa 54 anos de existência no próximo mês.
O que está em jogo nessas eleições sindicais é qual a direção e o caminho que as lutas da categoria vão trilhar diante de um cenário político nacional e internacional profundamente complexo e desafiador. É preciso uma direção que tenha equilíbrio político e competência administrativa para encarar os desafios do presente e do futuro próximo.
Precisamos valorizar e lutar pela democracia e a existência de sindicatos livres é um sinal importante da vitalidade de uma democracia. Sem o sindicato nossa vida seria muito mais difícil. Cada direito que temos foi fruto da luta da classe trabalhadora através de suas entidades. Por isso, vamos fortalecer nosso sindicato!
Tais Ranieri é TAE, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA e candidata à Coordenação Geral do Sindtifes Pará pela chapa 1 – TAE’S na luta por mais conquistas.
Will Mota é TAE, doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPA e candidato à Coordenador de Comunicação Social pela chapa 1 – TAE’S na luta por mais conquistas.
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