editorial
Trump e a conspiração contra o Brasil
Lula reafirma soberania nacional, mas a guerra apenas começou
Publicado em: 2 de agosto de 2025
Há uma operação do fascismo mundial contra o Brasil, com o objetivo de manipular as eleições de 2026. Não nos enganemos: existe um processo golpista em andamento, orquestrado pela maior potência mundial em conluio com a família Bolsonaro. O propósito é desestabilizar o país, interferir na justiça, prejudicar a economia e impulsionar a extrema direita.
Trump quer impedir a reeleição de Lula, sabotando ativamente seu governo. Contudo, a postura altiva de Lula diante desse grave ataque à soberania nacional fortaleceu o presidente, tanto no Brasil quanto internacionalmente. A maioria do povo brasileiro se opõe ao complô de Trump, e o recuo parcial dos EUA nas tarifas representa um êxito tático para o Brasil. O conflito, no entanto, apenas começou, como demonstrou o uso da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.
O imperialismo e a extrema direita
O imperialismo norte-americano está alinhado ao fascismo na América Latina e em todo o mundo, com Trump sendo o líder global da extrema direita. O principal eixo geopolítico dos EUA é a luta contra a ascensão da China, e a estratégia é assegurar a supremacia americana por meio da força imperial. O fascismo é útil para essa tarefa. O “tarifaço” global não é apenas um instrumento de guerra comercial, mas, acima de tudo, uma arma poderosa para impor os interesses políticos e econômicos dos EUA sobre o mundo. Na última semana, a União Europeia e o Japão se curvaram, de forma humilhante, diante da chantagem americana.
As lideranças da extrema direita atuam em cada país como agentes dos EUA. Milei é o “sabujo” de Trump na Argentina. No Brasil, o bolsonarismo cumpre o papel de lacaio, conspirando contra a própria nação e traindo a pátria. Com esse ataque concentrado no Brasil, o principal país da região, Trump pretende recolocar a América Latina na condição de “quintal” dos EUA para impor domínio político irrestrito, saquear as riquezas naturais (como as terras raras) e explorar os povos.
A defesa da soberania nacional
Neste perigoso momento da história brasileira, a tarefa prioritária é a defesa da soberania nacional, enfrentando a conspiração imperialista e fascista. A unidade ampla e a mobilização popular são as principais armas para derrotar os inimigos da pátria. A primeira significa articular, sob a liderança do presidente Lula, o mais extenso arco de alianças das forças políticas e sociais que se opõem à agressão de Trump. A segunda representa a ativação, pela esquerda, da luta dos trabalhadores e da juventude nas ruas e nas redes, combinando a defesa da soberania com as reivindicações populares, como o fim da escala 6×1 e a taxação dos super-ricos.
Não menos relevante é a construção da unidade latino-americana. Brasil, México, Colômbia, Uruguai, Chile, Bolívia, Venezuela e demais países da região precisam se unir em uma só voz para defender a soberania nacional perante a truculência e os desmandos de Donald Trump. Lula pode liderar essa articulação internacional antifascista e anti-imperialista.
O papel das instituições e das elites
Diante da iminência do julgamento de Bolsonaro e demais líderes golpistas no STF, a defesa do Tribunal e, em particular, do Ministro Alexandre de Moraes, dos ataques do governo norte-americano, é de enorme importância. A tentativa de desacreditar e interferir na Justiça brasileira é uma peça central no plano golpista liderado por Trump e a família Bolsonaro.
As elites econômicas brasileiras estão divididas e oscilando diante da investida americana. A fração liberal da burguesia nacional, vocalizada pela grande mídia, se coloca contra a agressão estrangeira, mas, ao mesmo tempo, exige que Lula adote um tom político mais brando na confrontação com Trump e rechaça qualquer apelo à mobilização popular.
Já o setor da classe dominante ligado diretamente à extrema direita, com expressão sobretudo no agronegócio, culpa o governo federal pelas tarifas, pede a saída do Brasil do BRICS e apoia as sanções e ataques dos EUA contra o STF e Alexandre de Moraes. Os governadores Tarcísio de Freitas, Zema, Ratinho Júnior e Caiado estão alinhados com essa narrativa, servindo como “quinta coluna” do golpismo de Trump.
Por sua vez, os líderes do Congresso, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, notabilizam-se pela vergonhosa timidez perante o ataque histórico ao país. É inadmissível que Eduardo Bolsonaro, que conspira à luz do dia contra o Brasil e seu povo, não tenha seu mandato de deputado federal imediatamente cassado. É necessário pressionar o Centrão, que deve escolher um lado: o da defesa da soberania nacional, com Lula, ou o dos traidores da pátria, com a família Bolsonaro.
Unidade e Mobilização Popular
O governo Lula deve preservar a mais ampla unidade para derrotar o golpe de Trump, mas sem abrir mão do enfrentamento político e do chamado à mobilização popular contra a chantagem imperialista.
Na batalha contra a agressão imperialista, os aliados burgueses são importantes. Mas não são confiáveis e vacilam. Por isso, é vital que o povo brasileiro seja convocado à luta, pois são os trabalhadores e a juventude em movimento que poderão dar suporte sólido a Lula contra Trump.
Nesse sentido, a atuação da frente única de esquerda é de máxima importância. Cabe aos movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda colocar em marcha um processo unificado de mobilização popular, para manter a ofensiva nas redes sociais e ocupar as ruas. Corretamente, as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular convocarão um ato nacional em agosto. Já o Plebiscito Popular irá vincular a luta contra a escala 6×1 e pela taxação dos super-ricos com a defesa da soberania popular.
Neste domingo (3), o bolsonarismo vai às ruas para defender seu líder erguendo a bandeira norte-americana. É prudente não menosprezar sua capacidade de mobilização e influência política e social. A esquerda terá que responder com força nas ruas.
É hora hora de dialogar com o povo brasileiro, isolar a extrema direita e fazer avançar a contra-ofensiva anti-imperialista e popular.
Voir cette publication sur Instagram
Top 5 da semana

mundo
Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino e a necessidade de sanções ao estado de israel
editorial
É preciso travar a guerra cultural contra a extrema direita
marxismo
O enigma China
brasil
Paralisação total nesta quinta pode iniciar greve na Rede Municipal de Educação de BH
editorial