movimento
Municipais de Juazeiro do Norte-CE: 40 anos depois, ainda estamos aqui
Publicado em: 22 de julho de 2025
No próximo dia 6 de agosto teremos eleição no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juazeiro do Norte-CE (SISEMJUN). A atual diretoria, constituída por diversos agrupamentos e ativistas da esquerda, lançou a chapa “Sindicato no caminho das lutas”, uma garantia de que a entidade seguirá como uma ferramenta de combate da categoria municipária.
Esse caminho das lutas não começou agora. Ele tem uma longa história e ela não se perderá na poeira do tempo. Nesse caso, a memória é vida.
Exatamente agora, em 2025, completam-se 40 anos da histórica greve do magistério municipal de Juazeiro do Norte. Foi a primeira greve da categoria, perdurou por 23 dias e se tornou uma referência mítica para todo aquele trabalhador que se recusa a esquecer os primeiros passos de sua caminhada.
1985 foi um ano de um ascenso extraordinário da classe trabalhadora no Brasil e isso, certamente, influenciou de modo significativo o professorado, que decidiu cruzar os braços e empalmar a cidade de Juazeiro do Norte ao restante do país. A paralisação foi dirigida por um grupo de ativistas sociais que, três anos depois, iria fundar o nosso sindicato: Fábio José, Maria José (a Mazé), Josefa Maria (a Geruza), Josefa Leonila, Josefa Teotônio, Cícera Feitosa, Marilene Edite, Francisca Tavares, Lúcia Maciel, Tereza Cristina, Silvânia Maria e outros nomes que, injustamente, não são aqui recordados.
Depois da greve, uma lenta e cruel perseguição política foi encaminhada pelo executivo municipal juazeirense. As demissões de Fábio, Gerusa e Cícera Feitosa foram exemplares dessa perseguição política.
Mas esses lutadores jamais se curvaram às pressões e à violência que sofreram. Construíram o sindicato, organizaram professores, garis, trabalhadores da saúde e outros setores da categoria e não renunciaram a organizar uma quantidade incontável de lutas e greves que, gradualmente, foi melhorando as condições de salário e de trabalho.
Sabemos que muito foi feito, que muito se conquistou, e a atual direção do sindicato sabe disso com a nitidez necessária, até porque foi parte de outra etapa de construção e fortalecimento da nossa entidade, que ensejou novas conquistas para os municipários.
Os poderes instituídos supunham que, por meio da repressão política, iriam intimidar a vanguarda da categoria, e mediante essa ação repressiva seletiva, iriam intimidar o conjunto das trabalhadoras e dos trabalhadores.
Todavia, isso não surtiu o efeito imaginado. Os servidores municipais de Juazeiro seguiram acompanhando o seu sindicato, que hoje tem milhares de sindicalizados, sede própria, corpo funcional ativo e, em especial, uma direção que tem compromisso com essa história de luta
Às mãos que reprimiram no passado e tentam nos intimidar no presente, só podemos deixar um recado: 40 anos depois da heroica greve de 1985, nós ainda estamos aqui.
Edson Xavier é diretor do Sisemjun e militante da Resistência-PSOL
Top 5 da semana

mundo
Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino e a necessidade de sanções ao estado de israel
editorial
É preciso travar a guerra cultural contra a extrema direita
marxismo
O enigma China
brasil
Paralisação total nesta quinta pode iniciar greve na Rede Municipal de Educação de BH
editorial