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Eleições do ANDES-SN: unir a categoria docente contra a extrema-direita e o arcabouço fiscal!
Publicado em: 3 de maio de 2025
Nos próximos dias 07 e 08 de maio, haverá eleições da direção do ANDES-SN, biênio 2025-2027, nas universidades públicas e em alguns Institutos Federais e CEFETS.
O ANDES-SN completa 44 anos em 2025. O sindicato possui mais de 68 mil sindicalizados(as), professoras e professores das universidades públicas (federais, estaduais e municipais), alguns Institutos Federais (IFs) e CEFETs. Em que pese a perda de autoridade política dos sindicatos entre os trabalhadores/as, o ANDES-SN goza de respeito da categoria e de movimentos sindicais, populares e do movimento estudantil do campo classista e combativo. Essa autoridade se estende até a outros sindicatos da educação da América Latina.
Para se ter uma ideia, mesmo com quedas na sindicalização em toda a classe trabalhadora brasileira, nos últimos anos, várias seções sindicais do ANDES-SN vêm obtendo aumentos nos números de sindicalizados. Mencionamos também a criação de novas seções sindicais, capilarizadas por todo o país. Essa contra-tendência deve ser analisada profundamente, mas sabemos que, por exemplo, as greves (das federais e estaduais) ocorridas nos dois últimos anos, foram uma motivação maior para a sindicalização e participação ativa no nosso sindicato.
Da mesma forma, as mobilizações com estudantes, técnicos(as)-administrativos(as), outros sindicatos, movimentos sociais e populares e as lutas contra quaisquer formas de opressão (racista, sexista, machista, LGBTfóbica, capacitista, entre outras) também são acertos e avanços que motivam a construção e o fortalecimento de nosso sindicato. As campanhas e as lutas que integram o combate ao machismo, à LGBTfobia e ao racismo têm demonstrado uma busca pela compreensão da nossa categoria em toda a sua concretude e complexidade. Essas ações, por exemplo, têm servido como uma das principais portas de entrada dos(as) novos(as) docentes ao ANDES-SN e para aproximação de outros(as) que, até então, não se sentiam confortáveis ou representados(as) nas lutas e espaços sindicais.
Quanto às eleições que se avizinham, é importante destacar alguns motivos que agregam a ela ainda mais relevância. Primeiramente, ela ocorre num contexto extremamente difícil para a nossa classe, no qual avançam as concepções da extrema-direita, neofascistas e seus rebatimentos nas universidades públicas, IFs e CEFETs, aliado ao recrudescimento de um projeto de desmonte da educação pública. Soma-se a isto as contradições próprias de um governo de colaboração de classe, cujas políticas econômicas neoliberais, de austeridade, ancoradas no arcabouço fiscal, resultam cada vez mais em cortes nas políticas sociais, contribuindo para o desmonte das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, piores condições de trabalho e de ensino, crescimento do adoecimento docente, assim como para o ganho de força de setores reacionários.
Mencionamos um terceiro motivo, que é a ainda maior fragmentação e dispersão da esquerda, em geral, e do movimento sindical na nossa base. Isso se expressa, por exemplo, na existência, pela primeira vez, de 4 chapas concorrendo às eleições do ANDES-SN. São elas:
– Chapa 1 – ANDES pela base: diversidade e lutas
– Chapa 2 – Renova ANDES
– Chapa 3 – ANDES-SN Classista e de Luta
– Chapa 4 – Oposição para renovar o ANDES-Sindicato Nacional
Neste cenário, reivindicamos um sindicato que atue sistematicamente conclamando a unidade da categoria, com os movimentos sociais e demais lutadores/as da classe trabalhadora. Um de seus papéis centrais é o de impulsionar as lutas e mobilizações contra o arcabouço fiscal e demais políticas e medidas neoliberais que retiram direitos, ao mesmo tempo que priorizando estar nas ruas contra a extrema-direita e o neofascismo. Aliado a isso, o ANDES-SN não pode deixar de fazer as justas críticas e necessárias exigências ao governo federal e governos estaduais, distrital e municipais, com total autonomia política, reiterando seu caráter classista, sua independência e construção pela base.
A nosso ver, estes princípios estão melhor encarnados na CHAPA 1 “ANDES pela base: diversidade de lutas”. A Chapa 1 reivindica uma trajetória de lutas que fundaram as Associações Docentes e criaram a Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES), transformando-o no mais combativo sindicato nacional docente e legítimo representante da categoria. Um sindicato autônomo a governos, partidos e reitorias, organizado democraticamente pela base e que construiu sua legitimidade na luta contra a ditadura, na prioridade ao projeto de universidade e de educação pública e na defesa da carreira docente única com aposentadoria integral, isonomia e paridade.
Reivindicamos os acertos políticos da diretoria atual do ANDES-SN e defendemos a preservação do sindicato autônomo, independente e comprometido com a diversidade e unidade da categoria, impulsionando lutas contra a extrema-direita e seus rebatimentos na educação e combatendo medidas que retiram direitos, fazendo críticas e exigências necessárias aos governos. Nisso, reivindicamos também o acerto político da greve da educação federal em 2024, sua condução e conquistas, ainda que parciais.
A Chapa 1 se distingue pela compreensão de democracia como prática cotidiana de participação nos espaços de discussão e deliberação em busca de consensos e diálogos construtivos sobre as divergências. É uma chapa que valoriza a diversidade humana e defende a igualdade de condições. Isso fica evidenciado na própria composição da Chapa 1, que é a mais plural e diversa em termos de raça, gênero e sexualidade, território e regionalidade, bem como quanto às IES dos(as) componentes e suas naturezas (federais, estaduais e municipais). Eis os nossos compromissos antirracista, antimachista, antiLGBTfóbico, anticapacitista e contra quaisquer formas de exploração e opressão materializados na própria composição da chapa.
Outro traço marcante da Chapa 1 é a sua divergência com quem tem como prioridade política fazer mera oposição ao governo Lula, menosprezando a necessidade de manter a estratégia da construção de ações unitárias, amplas, no campo democrático contra o neofascismo, uma vez que sustentam a existência de pouca indistinção entre os governos de Lula e de Bolsonaro. Além disso, defendem e praticam uma concepção isolacionista, em detrimento de um projeto que prioriza o fortalecimento e mobilização da nossa classe para tentar alterar a relação de forças, nestes tempos ainda de forte refluxo.
Por outro lado, também nos diferenciamos de quem visa colocar o sindicato como base de sustentação do governo Lula, numa relação que pode arrefecer ou mesmo descaracterizar o próprio caráter histórico autônomo, independente e classista do ANDES-SN. Soma-se a isto a defesa de um sindicalismo de resultados, gerencialista e despolitizante, chegando ao ponto de se propor a negociação da redução do endividamento da categoria com agentes do sistema bancário-financeiro.
Portanto, apoiar a CHAPA 1 e seu programa em defesa das IES públicas e de uma educação pública gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada é a única forma de impedir que o sindicato passe a ser, por um lado, uma correia de transmissão do governo, num adesismo acrítico e, por outro, que ele incorra no sectarismo, descaracterizando o papel que o ANDES-SN tem cumprido nesta conjuntura complicada, fomentando a construção da unidade da luta contra o avanço da extrema-direita e do fascismo.
Nos dias 07 e 08 de maio, vote CHAPA 1 “ANDES pela base: diversidade e lutas” nas eleições do ANDES-SN
Assinam: Aline Caldeira (UFRJ), Ana Paula Medeiros Pereira (UFBA), Aruã Lima (UFAL), Bia Costa (UFPE), Clarissa Rodrigues (UFOP), Cláudio Mendonça (UFMA), Daniel Rodrigues (UFPE), Elaine Behring (UERJ), Emerson Duarte (UEPA), Fernanda Kilduff (UFRJ), Gilberto Calil (UNIOESTE), Gisvaldo Oliveira (UESPI), Heleni Ávila (UFRB), Henrique Saldanha (UFBA), Jorgetânia Ferreira (UFU), Josias Porto (UFBA), Kênia Miranda (UFF), Lana Bleicher (UFBA), Lorene Figueiredo (UFJF), Luciano Queiroz Aires (UFCG), Luiz Eduardo Santos (UFMA), Marco Pestana (UFF), Micael Carvalho (UFMA), Pedro Costa (UnB), Raquel Dias (UECE), Sonia Lúcio (UFF), Zózina Almeida (Aposentada – UNEB)
Mais informações: https://andespelabase1.com/
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