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Nota do PSOL sobre os abusos ocorridos nas eleições do Equador
Publicado em: 15 de abril de 2025
Foto: Jonathan Miranda/Presidência da República
O PSOL vê com grande preocupação as irregularidades ocorridas ao longo de todo o processo eleitoral para a Presidência do Equador, que teve seu segundo turno no último domingo, 13 de abril.
Além de um anúncio pouco transparente dos resultados por parte do Conselho Nacional Eleitoral, cabe lembrar que o então presidente, Daniel Noboa, não se licenciou do cargo para ser candidato, descumprindo uma exigência constitucional do país. Justamente essa condição de presidente-candidato lhe permitiu usar o aparato do Estado como máquina eleitoral explícita, anunciando medidas sociais durante as eleições em um montante equivalente a cerca de 560 milhões de dólares. Os investimentos nas redes sociais e páginas web institucionais, segundo notícias da imprensa, podem ter chegado aos 100 mil dólares semanais para promover Noboa durante o processo.
Para piorar, um dia antes da votação do segundo turno, Noboa deflagrou um estado de exceção em Quito e mais sete cidades – todos locais em que Luísa González, candidata da oposição, obteve seus melhores resultados proporcionais no primeiro turno. Outro tema lamentável foi a atuação do Conselho Nacional Eleitoral, presidido por Diana Atamaint, cujo irmão, Vinicio Kar, foi nomeado por Noboa como cônsul em Queens, Nova York, em janeiro. Várias regras eleitorais mudaram já em plena campanha, inclusive a autorização de mudanças de local de votação na véspera.
Por essas razões, Luisa González e a Revolução Cidadã declararam publicamente que não reconhecem o resultado das eleições e pediram uma recontagem nacional voto a voto. Logo após o anúncio da candidata, as forças armadas do país realizaram uma coletiva de imprensa anunciando que estão prontas para evitar “qualquer perturbação na ordem pública”.
O PSOL se soma às vozes na comunidade internacional que estão preocupadas em defender a democracia no Equador e na América Latina e, por isso, apoiamos os pedidos de Luisa González. Não queremos que os abusos cometidos por Daniel Noboa se tornem um precedente em nosso continente.
15 de abril de 2025
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