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Ditadura Nunca mais e prisão para Bolsonaro – uma breve reflexão sobre a anistia
Publicado em: 31 de março de 2025
Foto: Flickr/Reprodução
Nesta semana completam-se 61 anos do golpe militar-empresarial que o Brasil sofreu e, em 2025, celebramos os 40 anos do fim da ditadura no nosso país. Nesses momentos é importante demarcar a necessidade da preservação da memória, da busca pela verdade e da justiça. Quero, com esse breve texto, refletir sobre o tema do momento: anistia para Bolsonaro e os golpistas!
A anistia como instrumento político e jurídico foi um pedido de movimentos da sociedade civil contrários à ditadura, por volta da década de 1970. A reivindicação era por uma anistia ampla, geral e irrestrita que libertasse os presos políticos perseguidos e que garantisse a volta para o país, em segurança, de exilados que tiveram que fugir por conta da perseguição pelos militares a que foram submetidos. Na verdade, e infelizmente, isso não aconteceu e o sentido original da anistia foi alterado.
O que se deu no Brasil no processo de transição gradual e controlado foi algo bem limitado, que beneficiou também torturadores e criminosos do regime, fazendo um sinal de igual entre quem perseguiu e quem foi perseguido. Nesse movimento, muitos militares tiveram boas vidas, ficaram impunes e recebendo grandes salários do Estado brasileiro, enquanto vários militantes e ativistas políticos lutam até hoje pela sua anistia e o direito à reparação, ou famílias como a de Rubens Paiva que lutaram pelo reconhecimento da responsabilização da ditadura por sua morte.
Bolsonaro não merece anistia e o congresso nacional não pode cumprir esse papel. A essência do movimento bolsonarista é a conspiração autoritária contra tudo que é democrático. Há alguns dias, logo após tornar-se réu, Bolsonaro disse em entrevista que “anistia é passar o perdão, passar a borracha”. Tudo que o Brasil e sua jovem democracia não precisa e não deve é esquecer os crimes cometidos e normalizar autoritarismo e a conspiração golpista.
>> Leia também: Débora Rodrigues, Jacinta Velloso e o cinismo bolsonarista
O 8 de janeiro não foi um “domingo no parque”, ao contrário, foi um dia violento simbolicamente e de depredação do patrimônio público. Não eram senhoras com bíblias, mulheres pixando estátuas com batom ou gente desavisada. Foi a radicalização e ação que concretizou o discurso com o qual eles chegaram ao poder, governaram o Brasil por 4 anos, e seguiram depois de perder as eleições para Lula num amplo movimento democrático. Não dar a devida dimensão aos fatos pode ser perigoso!
É preciso dizer que eles tentaram dar um golpe e não terão anistia por isso. Para seguir em frente e ultrapassar mais essa página difícil da nossa história precisamos encarar as coisas de frente enfrentando com coragem o projeto autoritário da extrema-direita e Bolsonaro. O que o povo brasileiro precisa e a justiça tem que fazer é descobrir quem organizou e financiou aquele movimento. Anistia não é para golpistas!
Ditadura Nunca mais!
Prisão para Bolsonaro!
Sem anistia para golpista!
VLADIMIR HERZOG | Em portaria publicada nesta terça-feira (18), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania declarou o jornalista Vladimir Herzog, como anistiado político. Herzog foi assassinado pela ditadura, em 25/10/75, há quase 50 anos, nas masmorras do famigerado… pic.twitter.com/wLbtNlO2Gi
— Esquerda Online (@esquerdaonline) March 19, 2025
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