movimento
Dia 26 os petroleiros vão parar!
Sindicatos convocam greve de 24h em todo o sistema Petrobrás
Publicado em: 21 de março de 2025
Na última semana os sindicatos e federações da categoria petroleira, deliberaram de maneira unitária convocar uma greve de advertência de 24hs em todo sistema Petrobrás, para o próximo dia 26. A paralisação está sendo discutida e votada pelos petroleiros de norte a sul do país, em todas as unidades e pela disposição de luta apresentada até agora nas assembleias, tudo indica que será um importante dia de paralisação. Um recado bem claro do descontentamento dos petroleiros com os rumos tomados pela direção da empresa, presidida por Magda Chambriard, na condução da Petrobrás e na manutenção dos direitos da categoria.
É greve por que é grave! Chega de ataques aos petroleiros para garantir a farra dos acionistas privados!
Os motivos que levaram os petroleiros a decretar a greve, são um extenso rol de ataques aos direitos da categoria, como o retrocesso às regras do teletrabalho e a política de remuneração variável que tinha sido acordada. Além da incapacidade ou melhor, na falta de vontade da direção da empresa em resolver problemas apresentados a muito tempo pelos sindicatos, como a epidemia de acidentes do trabalho, a falta de efetivo e os equacionamentos da Petros que acabam com os rendimentos dos aposentados.
A lógica aplicada até agora pela gestão Magda, tem sido a continuidade da política de super distribuição de dividendos aos acionistas privados. Somente no último ano a empresa remunerou o montante de 76 bilhões aos seus acionistas, a maioria para o setor privado, figurando como a 14º maior pagadora de dividendos no mundo.
Para colaborar com a ganância dos agentes privados do mercado, a presidente da Petrobrás tem imposto uma ofensiva sobre os direitos e condições de trabalho daqueles que são os verdadeiros responsáveis pelos impressionantes resultados da companhia, os petroleiros.
Em defesa do teletrabalho, nenhum passo atrás
Nos últimos meses os setores administrativos têm travado uma heróica luta contra o retrocesso nas regras do teletrabalho. A gestão Magda veio com tudo para simplesmente acabar com as regras atuais de regime híbrido. Sem nenhuma discussão com os petroleiros, a direção da empresa quis impor através de acordo individual (sem negociação coletiva) mais um dia de trabalho presencial obrigatório, claramente um primeiro passo para o retorno definitivo para o presencial.
Porém o tiro saiu pela culatra e tamanha intransigência da direção da empresa resultou em uma mobilização histórica, como a décadas não se via nos prédios administrativos. Desde o início do ano foram dezenas de assembleias e atrasos. No último dia 23 de fevereiro, foi realizada uma paralisação de 24hs, que teve grande adesão. Toda essa força demonstrada pelo do movimento dos petroleiros, forçou a direção da empresa a chamar uma reunião e negociar com os sindicatos e as comissões de base dos trabalhadores. Porém infelizmente se seguiu uma postura intransigente da gestão, querendo impor o retrocesso no teletrabalho. Porém agora em acordo coletivo e mais uma vez ameaçando a categoria com o instrumento do acordo individual onde o trabalhador não tem a menor condição de se contrapor aos desmandos da presidência da Petrobrás, caso não fosse aceito pelos sindicatos.
Gestão Magda, truculência e má fé negocial
Como se já não bastasse essa postura inaceitável em relação ao teletrabalho, na semana passada a empresa apresentou uma redução de 30% no valor da PLR negociada em 2024 para ser paga esse ano. Justificando com uma contabilidade criativa, apresentaram um cálculo de metas, que deixou todos sindicatos surpresos e a categoria com toda razão indignada. Afinal de contas, quando a proposta foi apresentada em dezembro do ano passado, não ficou claro que um corte tão agressivo poderia ser feito no valor proposto.
Isso tudo enquanto segue sendo uma das empresas mais lucrativas do mundo, enchendo os bolsos dos acionistas privados. Em 2024, ano de aferição da remuneração variável de 2025, um valor equivalente a 207% do lucro da companhia foi destinado a dividendos privados. Um recorde, que só foi possível em detrimento do investimento nos planos de desenvolvimento nacional e no ajuste para baixo nos direitos dos petroleiros. Essa é a marca da gestão Magda Chambriard, super dividendos aos acionistas privados, investimentos na companhia muito abaixo do possível e necessário para alavancar a economia do país e intransigência, ataque aos direitos e má fé negocial com os trabalhadores.
Todos a greve do dia 26! Unificar a Categoria Petroleira para defender nossos direitos.
Nós petroleiros da resistência encaramos com muita esperança a construção da unidade do movimento petroleiro no chamado à greve do dia 26. Todos os sindicatos através das duas federações nacionais estão unificados na convocação dessa luta, em defesa dos nossos direitos e também na disputa de um projeto de Petrobrás a serviço do povo e do desenvolvimento do País.
A realidade política dos últimos anos, com o fortalecimento da extrema direita no Brasil e no mundo, nos deixam cada vez mais convencidos da necessidade da máxima unidade dos trabalhadores para enfrentar esses inimigos. Para os petroleiros isso é ainda mais urgente, afinal os anos de governo Bolsonaro deixou muito claro, que querem acabar com todos os nossos direitos e tem na Petrobrás o principal alvo das privatizações do patrimônio nacional o prato principal para servir no banquete ao capital internacional.
Nesse sentido, não há mais espaço para divisão na categoria petroleira. A unidade construída na convocação da greve, recentemente também na iniciativas envolvendo a preparação da negociação do plano de cargos são exemplos positivos que demonstram que a reunificação das federações FUP e FNP é possível e necessária.
O dia 26 será uma demonstração de que a unidade fortalece a nossa luta!
Veja aqui manifesto conjunto das federações
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