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Escola de Formação reúne jovens de todo Brasil para debater o avanço do Neofascismo e como combatê-lo


Publicado em: 19 de março de 2025

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Vitor Santos, da Coordenação Nacional do Afronte! e da Resistência-PSOL

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

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Nas vésperas de nosso carnaval, a juventude da Resistência-PSOL reuniu um grupo de militantes que estão à frente de nossas principais intervenções no movimento estudantil do país. A atividade ocorreu nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro, seguida de uma reunião de planos para a organização do semestre. O evento foi realizado na Escola Nacional Paulo Freire, espaço que carrega muita história das lutas brasileiras.

Participaram da formação cerca de 40 jovens de norte a sul do Brasil, que dedicaram-se durante 3 dias a estudar a realidade social do mundo hoje, buscando compreender o fenômeno do Neofascismo em nosso tempo e como combatê-lo.

O curso contou com uma ementa de três dias, onde cada dia um especialista foi convidado para ministrar uma fala inicial, seguido de leitura de texto coletiva organizada em grupos e um debate e socialização final conjunto.
Previamente à Escola, todos os participantes realizaram o mini curso organizado pela Usina Editorial sobre o lançamento do livro Fascismo: História e Teoria de David Renton, para assimilar os elementos que conectam o fascismo clássico com o tempo presente.

No primeiro dia tivemos como tema o estudo do Neofascismo em sua expressão no centro do capitalismo mundial. O convidado para ministrar o dia foi o companheiro Lucas Marcondes, militante da Insurgência/PSOL. O dia foi focado em compreender as mudanças geopolíticas causadas pela emergência da extrema direita à nível mundial, o colapso da ordem social que formou os fóruns internacionais do assim chamado multilateralismo nas últimas décadas e a escalada militar em várias regiões do mundo. Além disso, nos dedicamos especialmente a compreender o projeto político do recém empossado governo Trump II e suas relações com o Project 2025, documento organizado pela think tank conservadora Heritage Foundation, que visava preparar uma ofensiva contra os direitos sociais e as liberdades democráticas do país. Várias dessas medidas já vimos serem aplicadas nas primeiras semanas de governo.

Nosso segundo dia de trabalho foi dedicado ao estudo da expressão nacional do fenômeno da extrema direita, mais especificamente, o bolsonarismo. Para isso, convidamos o militante da Resistência e professor da UFF, Demian Melo. Foi um dia para mergulhar nos grupos extremistas de diferentes origens, que organizaram paulatinamente a luta política no Brasil por décadas, até emergirem em posições chave na articulação política que levou Jair Bolsonaro ao poder. A mesma que articulou o golpe do 8 de janeiro e segue intervindo contra a democracia e os direitos conquistados com muita luta pelos trabalhadores brasileiros.

Por fim, o encerramento de nossa formação contou com a militante da Resistência e dirigente do PSOL, Glória Trogo. Nesse dia debatemos qual a estratégia para enfrentar o período histórico no qual nos deparamos. Partindo da avaliação de que vivemos em uma etapa histórica marcada pelo fim dos estados operários do leste europeu, pelo enfraquecimento da esquerda revolucionária e o fim do ciclo de governos progressistas na América Latina, e pela ascensão da extrema direita – que tem demonstrado resiliência até o atual momento.

Dessa forma, aprofundamos a interpretação que estamos desenvolvendo no último período, de que a necessidade histórica de nossa geração é a derrota da extrema direita. E para derrotá-la é necessário um trabalho político sistemático nas bases para retomar a organização da esquerda e acumular vitórias. Elas só poderão se dar se a esquerda brasileira conseguir retomar as lutas em frente única e apresentar uma agenda política de transformações sociais capazes de alterar o quadro social em que vivemos e, assim, devolver a extrema direita para a lata de lixo da história.

Desse modo terminamos nossa Escola de Formação da Juventude da Resistência de 2025. Com a certeza de que os desafios são muitos e para atravessá-los é preciso muita dedicação e estudo, reflexo para assimilar novas elaborações e a certeza de que a ação na realidade é a prática capaz de fazer a luta social avançar ao nosso favor!


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