mulheres
Por nós, por todas nós. Neste 8M, damos um viva à resistência da mulher negra brasileira!
Publicado em: 5 de março de 2025
Mulheres
Núcleo da negritude da Resistência-RJ e equipe nacional da negritude da Resistência-PSOL
Esquerda Online
Esse post foi criado pelo Esquerda Online.
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Núcleo da negritude da Resistência-RJ e equipe nacional da negritude da Resistência-PSOL
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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”
Angela Davis, Mulheres negras na luta contra o fascismo
Trump visa implantar um regime que impulsiona o fascismo, tanto internamente, quanto no cenário global. Como vimos com Bolsonaro, a ofensiva da extrema-direita visa não só acabar com os direitos e garantias sociais da população trabalhadora, como também, a morte, a violência e o reestabelecimento da ditadura. O fascismo e o racismo são duas faces do mesmo ódio e miram nos mesmos alvos: a democracia, os pretos e pretas, todo o povo trabalhador e a população LGBTQIA+. Para enfrentar essa ameaça precisamos de uma grande unidade nacional e internacional.
Historicamente, as mulheres negras, aqui e em diversas partes do mundo, tiveram que se unir e organizar um grande movimento de resistência. Nossa sobrevivência sempre esteve ameaçada e na luta contra o fascismo esse perigo se torna ainda maior. Só com unidade, organização e luta poderemos derrotar a extrema-direita e defender a vida dos que vivem do seu trabalho.
No 8 de março, dia Internacional da mulher, estaremos, mais uma vez, na rua lembrando que somos maioria da nossa classe e que as nossas lutas vem de longe. Mais uma vez, estaremos nas ruas por todas nós, pela vida da juventude negra, pelo fim do fascismo, do machismo e do racismo e pela transformação socialista deste país!
Para o Brasil avançar com as mulheres negras, lutamos por:
1. Políticas públicas para geração de emprego e renda. Combater o desemprego das mulheres negras e garantir o acesso a empregos de qualidade é fundamental para superar a desigualdade estrutural de gênero e raça no Brasil. É imprescindível a reserva de vagas nas universidades e concursos públicos, mas é também importante assegurar políticas públicas para viabilizar o emprego de mulheres negras no mercado de trabalho.
2. Revogação da reforma trabalhista e combate à precarização do trabalho. A Reforma Trabalhista de 2017 acabou com muitos direitos da classe trabalhadora e fomentou o crescimento de trabalhos precarizados. As mulheres negras foram as mais prejudicadas com empregos precários, sem carteira assinada e sem garantia social. Precisamos garantir a valorização do trabalho da mulher negra no Brasil, a partir da melhoria de direitos e dos pisos salariais nos empregos historicamente invisibilizados ocupados por estas mulheres.
3. Eliminação da escravização contemporânea. O trabalho escravo não acabou no país. Em 2024, foram resgatados 2000 trabalhadores/as em condições análogas à escravidão, 80% destes eram mulheres negras e, grande parte destas, são empregadas domésticas. O combate ao trabalho escravo exige o fortalecimento da fiscalização pelo Estado e o combate à desigualdade social.
4. Efetiva implantação da educação antirracista nas escolas públicas. O combate ao racismo exige um enfrentamento à cultura e à educação racista que é perpetuado nas escolas públicas. Não é ensinada às crianças a histórica de luta e resistência de Tereza, Dandara, Aqualtune e tantas outras mulheres negras brasileiras. Seguimos na luta pela efetiva implementação das Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008 que tornam obrigatório o ensino da história e da cultura africana e indígena nas escolas brasileiras!
5. Garantia de direitos sexuais e reprodutivos a todas as pessoas que gestam. Precisamos garantir educação sexual nas escolas, acesso gratuito a contraceptivos e o direito ao livre exercício da escolha sobre ter ou não ter filhos. O aborto inseguro é das principais causas de morte gestacional. A maioria dessas pessoas são negras, têm entre 16 e 35 anos, muitas destas já têm filhos, vivem com uma baixa renda mensal, têm pouca escolaridade formal e vivem em periferias. Garantir aborto seguro e gratuito é uma questão de saúde pública. Por isso, o Estado deve assegurar o acesso aos direitos reprodutivos para combater mortes evitáveis.
6. Fim do genocídio da população negra. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as polícias do estado do Rio de Janeiro mataram 699 pessoas no ano de 2024. Um número que vem diminuindo com as medidas de controle da atividade policial impostas pela ADPF 635, mas que continua alarmante! A polícia fluminense é a quarta que mais mata no Brasil e uma pessoa negra tem 6,4 vezes mais chances de ser morta do que uma pessoa branca. Precisamos derrotar essa política de morte com a desmilitarização das polícias, o fim da guerra às drogas e a reparação às comunidades e famílias afetadas.
Núcleo da negritude da Resistência-RJ e equipe nacional da negritude da Resistência-PSOL
Março, 2025
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