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Kleber Rosa e Dona Mira: o grande acerto do PSOL em Salvador
Balanço da Resistência, Subverta e Insurgência (PSOL) sobre a eleição municipal de 2024.
Publicado em: 23 de janeiro de 2025
A esquerda terminou as eleições de 2024 com muitas derrotas, em Salvador não foi diferente. A candidatura de Bruno Reis (União Brasil) teve mais de 78% dos votos, sem surpresa, uma vitória acachapante no primeiro turno encaminhou a reeleição do prefeito que esconde as alianças com a extrema direita. Mas ao abrir as urnas na capital baiana, o sentimento deixado foi de esperança para militância socialista e antirracista.
O conjunto de lideranças dos movimentos sociais, do ativismo, intelectuais e organizações que apoiaram e se dedicaram a construir a candidatura negra e popular para a prefeitura de Salvador sabem que escolheram o lado certo da história no pleito municipal da cidade mais negra fora do continente africano. Não foi fácil, mas encantamos corações e mentes com independência de classe e projeto popular!
A candidatura psolista acertou na pré-campanha, desde o lançamento, na sede do Olodum, quando anunciou que iria rodar a cidade com os movimentos sociais, ir nas Universidades e fazer escuta com o ativismo para construir o projeto que seria defendido na campanha eleitoral. Sem dinheiro dos grandes aparatos, mas com a força da construção coletiva, Kleber Rosa e Dona Mira foram porta-vozes de um projeto de esquerda para a capital baiana, sendo de verdade “Salvador com a nossa cara”.
Na campanha, o “craque dos debates” se agigantou ao denunciar o projeto excludente, elitista e racista da aristocracia soteropolitana encabeçada por Bruno Reis (União Brasil), como marca das gestões “carlistas” nos últimos 12 anos. Não titubeou ao demarcar com Geraldo Júnior (MDB), vice-governador da Bahia, sua trajetória política de compromisso com a direita, sendo apoiador de Bolsonaro em 2018 e capacho dos Vieiras Limas.
A necessidade de uma alternativa negra e popular levou algumas lideranças de destaque do PT, ameaçadas inclusive de expulsão, a se alinharem à candidatura de Kleber e Mira. Esse movimento foi símbolo da aliança antirracista e de esquerda que fundamentou o programa e a campanha. Grandes acertos políticos mobilizaram militantes e dirigentes do PT e PCdoB para apoiar ou votar no “É Kleber Rosa 50”.
Pela primeira vez na história de Salvador, o PSOL liderou politicamente o campo da esquerda. Graças ao acúmulo partidário de aliança com os movimentos sociais e seus acertos políticos, foi possível surpreender, terminar em segundo lugar, demonstrar que alianças fisiológicas com o centrão não é o melhor caminho para derrotar a direita. Os mais de 138 mil votos, a eleição da bancada de vereanças com Eliete Paraguassú e Hamilton Assis confirmaram que é possível um novo caminho para ser a voz de Salvador.
Um caminho a ser trilhado com fé na luta do nosso povo. A voz de Salvador precisa ecoar um programa antirrascista, feminista, jovem, defesa do meio ambiente, LGBTI+ que pense o acesso à cidade como direito, que defenda tarifa zero sem tergiversar. O PSOL, segundo maior partido da esquerda brasileira, se consolida em Salvador como esta alternativa negra e popular, na luta por direitos ao povo trabalhador.
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