Nesta terça-feira (26/11) o Ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório produzido pela Polícia Federal acerca da organização da tentativa de golpe de Estado liderada por Bolsonaro e Valdemar da Costa Netto. Nas mais de 800 páginas foi possível encontrar o nome de Paulo Lício de Geus, docente do Instituto de Computação da Unicamp. Segundo o relatório, Paulo foi parte ativa do que chamou a PF de “Núcleo de Desinformação e ataque ao sistema eleitoral”, produzindo material para disseminação de fake news por parte de influenciadores digitais de extrema-direita e sendo um dos redatores e revisores do relatório apresentado pelo PL em 2022 que buscou questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas. Em conversas publicadas pela PF, Paulo chegou até mesmo a afirmar que não encontrou anomalias nas votações do segundo turno, deixando ainda mais claro o caráter político de seu envolvimento na trama: conferir legitimidade ao questionamento das urnas e, consequentemente, endossar a trama golpista nas massas.
Há quase uma década as Universidades Públicas e suas comunidades são duramente perseguidas pela sanha privatista, conservadora e negacionista da extrema-direita. Durante a pandemia, por exemplo, as universidades foram linha de frente da guerra ideológica de desinformação que era a política do governo bolsonarista. Em 2018, quando Bolsonaro já mostrava suas intenções golpistas, a Unicamp saiu em defesa da democracia em uma carta tirada em assembleia unificada de estudantes, docentes e servidories, assinada pela própria Reitoria. No mesmo ano em que o professor integrou um esquema golpista, colocando em questão a democracia brasileira, seu próprio instituto (IC), em conjunto com especialistas da USP e UFPE publicaram um relatório atestando a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas. Na contramão desse histórico, o docente, que atua enquanto servidor público há 40 anos, escolheu seu lado e foi parte da articulação de um plano de assassinar o presidente eleito, seu vice e o, então, ministro do TSE e colocar Bolsonaro no poder. É inaceitável que a Universidade Pública abrigue os capangas de seus maiores inimigos.
(…) é imprescindível que toda comunidade da Unicamp e suas entidades representativas estejam unificadas pela investigação e demissão de Paulo Lício de Geus. Sem anistia!
Este caso deve nos servir de aviso que a luta contra os inimigos da democracia segue no centro de nossa atuação política. Há pouco mais de um ano o movimento estudantil da Unicamp soube fazer frente a outro docente também diretamente ligado ao bolsonarismo: Rafael Leão. O então professor do Instituto de Matemática Estatística e Computação Científica (IMECC), atacou de maneira covarde três estudantes com uma faca durante a paralisação unificada de 03 de Outubro, e prontamente es estudantes deflagraram uma histórica greve que conquistou sua demissão, mas também uma série de vitórias (como as cotas PCDs e o GT das cotas trans) para deixar claro que na Unicamp fascista não se cria. Nossas Universidades foram e são verdadeiras trincheiras de luta contra a extrema-direita e pela democracia e sabemos que um passo à frente que damos é um recuo daqueles que querem nosso fim. Por isso, é imprescindível que toda comunidade da Unicamp e suas entidades representativas estejam unificadas pela investigação e demissão de Paulo Lício de Geus. Sem anistia!
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