Não irão nos calar! As mulheres marisqueiras da Ilha de Maré estão sob constantes ameaças, tanto físicas quanto morais, em razão de sua luta pela defesa do meio ambiente e pelo bem viver. Eliete Paraguassu, uma de suas principais lideranças e candidata à vereança em Salvador pelo PSOL, tem sido alvo de sucessivos ataques desde 2022. Esses ataques incluem difamações e atos de violência, todos com o objetivo de desarticular o movimento coletivo das mulheres das águas, que há mais de duas décadas luta por justiça socioambiental e dignidade no trabalho. Desde o início de 2024, Eliete vem sofrendo uma série de difamações publicadas na coluna de opinião do jornal A Tarde, sendo acusada falsamente de desviar mais de 4 milhões de reais destinados ao movimento de pescadores e marisqueiras e de envolvimento em ações prejudiciais à comunidade junto ao Ministério Público Federal, com o intuito de retirar casas de pescadores e marisqueiras.
No dia 15 de junho de 2024, essas acusações começaram a circular também por meio de cards via WhatsApp, e em 17 de junho foram reiteradas na coluna do jornal. Esses ataques fazem parte de uma sequência de calúnias que incluem insinuações sobre tráfico de drogas, desvio de recursos e outras acusações infundadas, com o claro objetivo de descredibilizá-la e enfraquecer o movimento. Essa série de ataques segue um padrão já observado após as eleições de 2020 e 2022, quando Eliete concorreu a cargos políticos. Empresários locais, aliados a uma liderança cooptada da própria comunidade, têm incitado o ódio e a desconfiança entre os moradores da Ilha de Maré e Eliete, numa tentativa de dividir a comunidade. Essas investidas também visam minar a campanha de Eliete à vereança em 2024, que se fortalece na luta contra os grandes empreendimentos responsáveis pela contaminação química, degradação ambiental e destruição dos modos de vida de quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
Além disso, as publicações no A Tarde reforçam estereótipos racistas e misóginos, ao retratar Eliete e sua comunidade de maneira preconceituosa, insinuando irracionalidade e violência. Eliete sofreu mais um ataque com a divulgação de cards em grupos de WhatsApp, mencionando um inquérito aberto pelo Ministério Público, referente a um processo de 2021 que ainda não foi julgado. Esse processo está sendo utilizado como arma política para manchar a reputação de Eliete, especialmente nos territórios da Ilha de Maré, com o objetivo de prejudicar sua candidatura. Essas ações representam uma tentativa deliberada de enfraquecer um movimento coletivo que, há mais de duas décadas, resiste e luta por justiça socioambiental e pela dignidade das trabalhadoras das águas. A sobrevivência das guardiãs das águas é essencial para que a luta contra as forças destrutivas do capital possa continuar, assegurando a dignidade humana e a preservação da natureza.
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