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MOVIMENTO

A UERJ RESISTE: Estudantes em luta histórica, ocupam toda a universidade, e exigem a revogação da AEDA 038/24

A Reitoria da UERJ usa de manobras antidemocráticas e criminalização da luta, para não revogar.

Por Afronte Rio de Janeiro (RJ)

Na última terça-feira, dia 20 de agosto, novamente o Conselho Universitário, instância de máxima representação da comunidade da UERJ, terminou sem uma posição acerca da AEDA da Fome. A reitoria suspendeu a sessão e se recusou a pôr para votar a revogação da AEDA em conselho. Cabe dizer que é a primeira vez na história que o CONSUN é interrompido duas vezes de forma autoritária, colocando em xeque sua própria importância pra universidade.

Além de apelar para movimentações antidemocráticas, a reitoria da UERJ tem se demonstrado aquém de seus verdadeiros adversários. Na Alerj, a universidade é alvo de uma CPI, protagonizada por parlamentares neofascistas, que busca desmoralizar a educação pública e gratuita, ancorada no debate de corrupção, a gosto de lava-jatistas. E durante toda a sessão foi possível notar o despreparo da reitora Gulnar em responder os bolsonaristas e defender a UERJ. Em paralelo, o governo do Estado segue com seu projeto de sufocamento orçamentário. Inclusive se beneficiando da AEDA da fome para implementar seus cortes no orçamento, na medida em que não disponibiliza de fato os recursos suficientes para manter a universidade de portas abertas a todes. 

A Reitoria, infelizmente, assumiu, não um papel de protagonista, honrando a história de luta da UERJ, mas um subserviente papel tecnocrata. Busca justificar o injustificável, lançando mão do terrorismo contra os estudantes, e tentando dividir a comunidade acadêmica, em prol da defesa do projeto de destruição de Claudio castro. Prova disso são as agressões físicas constantes contra os estudantes em luta, e o desconcerto da Reitoria mediante as denúncias e críticas no Consun, onde recorrentemente as sessões são uma aula de: “Como não conduzir um espaço democrático.”

Frente a todas as violências, a reitoria se vê obrigada a sustentar a imagem de que é dialogável, por isso chama uma reunião, com centros acadêmicos e DCE para apresentar propostas, buscando fazer deste um espaço de deliberação de acordos. Reconhecemos a legitimidade dos centros acadêmicos eleitos e a importância das entidades estudantis, mas discordamos que esse espaço deva ser deliberativo, principalmente, quando essa reunião é uma manobra da reitoria que se recusa a abrir negociação com o movimento dos estudantes em greve e ocupação estudantil.

Os estudantes não vão recuar e querem arrancar vitórias!

O que o movimento estudantil da UERJ está vivendo é histórico para todo o Brasil. Existe um reaquecimento das mobilizações em que o movimento estudantil retoma suas forças e seus mecanismos de luta para barrar retrocessos. No dia do ato nacional da educação, os estudantes da UERJ em unidade com estudantes de outras instituições ocuparam o hall da secretaria de educação do Estado do Rio de Janeiro e conquistaram um documento de compromisso do governo de suplementação orçamentária. A suplementação orçamentária é uma vitória estudantil que depois foi anunciada pela própria reitoria.

É do nosso interesse negociar uma saída para que a UERJ vença. Prova disso é temos comparecido a todas as reuniões de diálogo convocadas pela reitoria, mesmo que nelas a postura da reitoria tenha sido de não apresentar proposta. Por isso sabemos que quem não quer dialogar e ser transparente com os estudantes em luta, é a reitoria, que inclusive até o momento, não apresentou qual é o valor da suplementação que o governo destinou.

Assim como não apresentou o destino desse recurso. Tampouco afirmou quando chega o recurso. Gulnar afirma que quer negociar. Porém, em nenhuma reunião, seja do Consun, seja com os DAs, foi apresentado os números com os quais a reitoria está trabalhando. Se os estudantes conquistaram a suplementação do orçamento é justo que à assistência estudantil ela seja destinada.

Não achamos que a saída seja apresentar propostas de negociação para os centros acadêmicos a portas fechadas, sendo as propostas apresentadas apenas com a intenção de “camuflar” os efeitos que essa AEDA vai provocar ao ser implementada, ou seja, a reitoria reconhece que esse é um grande ataque a permanência estudantil e mesmo assim se recusa a revogar.

Recua Reitoria!

Consideramos insuficiente as propostas apresentadas até agora.

Exigimos: 

  • Revogação da AEDA da Fome!
  • Divulgação imediata dos valores referentes a suplementação destinada a UERJ e da proposta da alocação dos recursos.
  • Respeito aos critérios aprovados pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil- PNAES
  • Prioridade para assistência estudantil no orçamento da universidade.