Neste domingo, dia 28 de julho, a Venezuela viveu sua eleição presidencial, cercada de intensa polêmica e com muita expectativa para o anúncio dos resultados. E, na madrugada desta segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão máximo da Justiça Eleitoral venezuelana, anunciou oficialmente a vitória do atual presidente, Nicolás Maduro, candidato à reeleição pela aliança de esquerda Grande Pólo Patriótico.
Segundo o CNE, houve um comparecimento de 59,77% dos 21,4 milhões eleitores aptos para votar. De acordo com as informações da Justiça Eleitoral venezuelana, com 80% dos votos apurados, já existia um resultado irreversível: Maduro foi reeleito presidente com 51,2% dos votos válidos (5,1 milhões de votos); em segundo lugar aparece Edmundo González com 44,02% dos votos (4,4 milhões de votos); e, ainda, 4,6% dos eleitores (462 mil votos) votaram em um dos outros 8 candidatos presidenciais inscritos.
A campanha do ex-embaixador Edmundo González, Plataforma Unitária – uma aliança de organizações de direita e de extrema direita, como já se esperava, não repconheceu o resultado, e está acusando que houve fraude no anúncio do CNE. Afirmam que não tiveram acesso às atas com os resultados de cada seção eleitoral.
María Corina Machado, uma das principais líderes da extrema direita golpista da Venezuela, afirmou que Edmundo González ganhou as eleições com 70% dos votos, sem apresentar provas deste resultado. Corina é apoiada por líderes da extrema direita internacional, como Milei, Bolsonaro e Abascal, do partido Vox do Estado Espanhol.
Alguns governos, como de Cuba, Bolívia, Honduras, Nicarágua, China e Rússia, já reconheceram o resultado anunciado. Outros governos apoiam a denúncia de fraude da oposição venezuela, tais como EUA, Reino Unido e Argentina. Outros ainda pedem auditoria dos votos. Existe grande expectativa sobre o posicionamento do governo brasileiro, que enviou Celso Amorim, assessor especial para as relações exteriores do Brasil, como observador internacional das eleições venezuelanas.
As eleições venezuelanas utilizam o voto eletrônico, mas os eleitores têm também seu voto impresso, e depois de sua própria conferência, ele deposita seu voto impresso numa urna, permitindo uma confirmação da votação.
É evidente que todas as denúncias devem ser apuradas, com rigor, para que não fique nenhuma dúvida sobre os resultados. Mas, não há outro caminho possível, em respeito ao direito internacional, que não seja o absoluto respeito à Soberania da Venezuela e o do voto popular. Quem escolhe o Presidente da Venezuela, são os próprios venezuelanos.
Texto publicado originalmente em Radar Internacional.
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