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BRASIL

A greve da UEMG continua – Zema, a culpa é sua!

Por Cal Zanata e Pablo Henrique, de Belo Horizonte (MG)

Em assembleia realizada na última quinta-feira, dia vinte de junho, os professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) decidiram por continuar a greve. O movimento já ultrapassa 50 dias, parados desde o dia 02 de maio. Iniciado pela ADUEMG, Associação Docente da Universidade do Estado de Minas Gerais, a mobilização encontra vasta adesão entre professores e estudantes, tornando-se um marco na História da UEMG.

As reivindicações da greve são irrisórias perante o compromisso que se espera do Estado com a educação. A princípio, o acordo estabelecido na greve de 2016, homologado em 2018, nunca foi cumprido. A partir disso desenha-se um quadro alarmante para o ensino em Minas Gerais, que evidencia o desmonte sistemático de Romeu Zema do Ensino Superior Público, expressado através de sucessivos cortes à verba da educação, falta de concurso para técnicos e professores e um longo etc de descasos e retrocessos. Os professores sofrem defasagem de mais de 70% em seus salários e reivindicam o ajuste correspondente. Também são reivindicados o direito à licença maternidade e à licença médica sem que se perca a ajuda de custo, e a implementação de um plano de carreira – esse também acordado pelo movimento de 2016. A ajuda de custo recebida pelos trabalhadores da UEMG é a mais baixa de todo o funcionalismo estadual: apenas R$75,00.

Antes da greve, tudo que o Governo oferecia era ZERO. Com a mobilização atual, o Estado concedeu 4,64% em ajuste salarial, valor não condizente ao trabalho conduzido pelos profissionais da Educação, especialmente em frente à defasagem de 70% dos salários no decorrer dos últimos anos. Apesar de reuniões e encontros com membros do governo terem sido conquistados, nada foi cedido pelo Estado. As conquistas da greve são fruto da união de trabalhadores e estudantes, que se impôs na ALMG.

Os 4,64% de ajuste e a não redução da ajuda de custo para licenças maternidade e médica estendidos para todo funcionalismo são uma vitória, porém mesmo as vitórias dependem da sanção do Governador, enquanto o corpo universitário busca garantir seus direitos básicos, como o não corte de ponto e não retaliações e perseguições àqueles que aderiram à greve, seja por parte do governo estadual ou da reitoria, que se mantém omissa diante o atual cenário.

Perante um governo propenso a privatizações, é natural que a sociedade poste-se a proteger seus direitos e conquistas – que nunca vieram facilmente e, assim sendo, também não serão facilmente subtraídos. Dessa forma, a união que se apresenta hoje na comunidade universitária da UEMG ecoa outros movimentos que vêm se manifestando no Estado, em que tantos se encontram mais que insatisfeitos, atacados por Zema e sua turma.

O Ensino Superior Público é motivo de muito orgulho Nacional, e deve ser mantido e fomentado. A Educação não dá sinais de parar. A luta continuará.

Cal Zanata e Pablo Henrique são estudantes da Escola Guignard, da UEMG