Alguns meses depois de descumprir sua própria promessa de campanha e vender a Copel (Companhia Paranaense de Energia), maior e mais lucrativa empresa do estado, na terça feira (21) o governo Ratinho Jr, do PSD, surpreendeu (ou não) o Paraná, enviando para discussão dos deputados da base um projeto que visa a privatização das escolas públicas do estado.
O chamado Programa Parceiro da Escola visa transferir para a iniciativa privada a administração financeira e patrimonial de 200 escolas, que, segundo o governo, não têm alcançado bons resultados.
O chamado Programa Parceiro da Escola visa transferir para a iniciativa privada a administração financeira e patrimonial de 200 escolas, que, segundo o governo, não têm alcançado bons resultados. Com essa mudança a gestão financeira das escolas, inclusive a contratação de professores, ficará a cargo de uma empresa privada. Além dessa atribuição, será também responsabilidade da gestora privada, a cobrança por metas.
Essas metas já estão no cotidiano dos professores e professoras da rede, que cada dia mais se veem reféns de uma cobrança exacerbada por resultados avaliados não conforme o aprendizado real dos estudantes, mas conforme números como IDEB ou em provas como Prova Paraná. Dessa forma o estado do Paraná abre mão e joga fora toda a discussão teórica e pedagógica sobre a avaliação no ensino, tão importante para uma real melhora na qualidade da educação pública.
Essa cobrança por resultados, além da “plataformização” da educação estadual tem causado o aumento do adoecimento dos trabalhadores em educação que veem o estado passar por cima dos nossos sonhos enquanto agentes educacionais que estudaram, pesquisaram e trabalham todos os dias para melhorar a Educação.
Não podemos nos esquecer que nenhuma empresa funciona sem o objetivo de lucro. Nenhuma empresa privada vai assumir a gestão de escolas públicas com o objetivo de realmente melhorar a qualidade da educação. Sob o signo do capitalismo, empresas privadas só têm como objetivo, o lucro. A pergunta que fica é: deixaremos empresas privadas ficarem ainda mais ricas com o dinheiro que deveria ser investido na educação dos nossos filhos?
Ao fim e ao cabo, o projeto nada mais é do que mais um retrocesso disfarçado de inovação. Com a justificativa de “modernização”, cada vez se diminui a autonomia dos professores e professoras, se aumenta a cobrança por resultados que são alheios à área educacional, não se investe um único centavo a mais na educação enquanto aumentamos muito o dinheiro destinado para empresas privadas da área. Se aprovado o projeto do Ratinho JR, a Educação no Paraná deixará de ser um investimento e se tornará um gasto.
É preciso lembrar também que o Governo resolveu tramitar o PL em caráter de urgência, deixando muito claro que trata-se de um ataque à educação que precisa ser votado antes que a população do estado conheça e se manifeste sobre o projeto.
Diante disso, 89% dos cerca de 4 mil trabalhadores e trabalhadoras em educação do estado do Paraná aprovaram em assembleia, dia 25, uma GREVE GERAL da educação para barrar o projeto e manter pública a Educação, como exige a Constituição Cidadã de 1988. A greve começa na segunda-feira, dia 03/06 e conta com o apoio manifesto de estudantes e pais, que já se manifestam contra o projeto.
NÃO À PIVATIZAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO PARANÁ!
ESTUDANTES E TRABALHADORES, ÀS RUAS! EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATÚITA E DE QUALIDADE!
TODO APOIO À LUTA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO!
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