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MOVIMENTO

Sergipe recebe a Escola de Dirigentes: “A importância das organizações revolucionárias na atualidade”

por Mari Caetano e Lourival Aguiar, da Equipe Nacional de Formação e Propaganda da Resistência/PSOL

No mês de abril, Sergipe, o menor, porém mais aconchegante estado do Brasil acolheu a militância da Resistência-PSOL de alguns estados do Nordeste para realizar uma escola de dirigentes.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe (FETASE) gentilmente nos emprestou seu Centro de Formação na cidade de São Cristóvão, na Região Metropolitana de Aracaju, onde em 2 dias aproveitamos o alojamento e os espaços para estudo.

A delegação de Pernambuco foi a primeira a chegar com dirigentes dos setores de rodoviários e professores; e integrantes da Resistência Feminista. Em seguida, da Bahia e Alagoas vieram dirigentes estudantis, servidores federais, trabalhadores da educação e integrantes de direções regionais do PSOL.

Na manhã de sábado foi a vez da chegada da maior parte da militância de Sergipe com dirigentes sindicais e do movimento popular e estudantil, assim como integrantes da mandata da vereança de Aracaju.

Logo no início a militância pagou suas taxas de alimentação que garantiu deliciosas refeições. O café da manhã reforçado do Nordeste deu energias para encarar as primeiras horas de estudo mesmo após o cansaço das horas de viagem para quem veio de longe. E sentados em um grande círculo em volta das bandeiras da Resistência, PSOL, LGBTI+ e Palestina iniciamos a aula de abertura.

No primeiro dia estudamos alguns textos clássicos de Lênin, Trótski e Gramsci e debatemos sobre a experiência do Partido Bolchevique e a relação de partidos revolucionários com o regime democrático. Estudamos ainda o texto “Lênin ou a política do tempo partido” de Daniel Bensaid. 

Recordamos que em 1900, Lênin propôs ao movimento revolucionário as tarefas de levar as ideias socialistas e a consciência política à massa do proletariado e organizar um partido revolucionário ligado indissoluvelmente ao movimento operário espontâneo. Ao final debatemos se estas tarefas seguem vigentes. Discutimos também os desafios que as modernas democracias e o processo de ampliação do Estado colocam para a estratégia revolucionária a partir das contribuições de Gramsci.

Ao final do dia, a juventude foi a responsável pela escolha de um local para nossa confraternização. Em um bar com Karaokê próximo a Universidade Federal de Sergipe pudemos conhecer as histórias, músicas favoritas e melhores vozes de dirigentes que não só militam, mas também cantam e encantam com suas melhores energias.

No segundo dia nos dedicamos aos estudos sobre a experiência do Partido dos Panteras Negras e debatemos as crises, rupturas e fragmentação da Esquerda Revolucionária. Com o apoio de textos de dirigentes contemporâneos como Paul Le Blanc e Paulo Aguena foram sistematizados os elementos presentes nas crises de organizações políticas atualmente e debatidas mais questões. Qual a importância da organização revolucionária em tempos de refluxo? Em tempos de questionamento da hipótese comunista?

Ao final, a militância preencheu um balanço com opiniões individuais sobre a escola e já adiantaram a alegria com a Equipe Nacional de Formação com a dupla de cursistas negros que conduziram os estudos, sobretudo por não se tratar de um curso específico sobre a questão racial. Foram muito reivindicadas também as trocas de experiências e opiniões nos grupos de estudos.

Um xero pra que participou e um até logo pra próxima turma do Nordeste que se juntará no final de maio.