Zema sucateia a UEMG com corte de 100 milhões, em 2024

Projetos e atividades estão cancelados.


Publicado em: 27 de março de 2024

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Por Tiago Alves, de Belo Horizonte, MG

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Uma péssima notícia para os mineiros: governo estadual anuncia corte no orçamento das universidades estaduais. Em comparação com 2023, o orçamento da Universidade do Estado de Minas Gerais, em 2024, é de cem milhões de reais (R$ 100.000.000,00) a menos, um corte de 25%, totalizando somente 0,3% do orçamento geral do Estado.

Em pleno início de semestre, uma crise se instala na instituição, com falta de técnicos e professores, estudantes encontram dificuldades para se matricularem. A mudança no sistema universitário Lyceum demanda ajustes e trabalhos técnicos nas secretarias de cursos, contudo, com os baixos salários e ausência de concursos, falta pessoal nas unidades do interior e inclusive na administração geral da Reitoria.

Para se ter uma ideia, os Processos Seletivos Simplificados – PSS vigentes, estão abrindo editais com salários menores que o mínimo constitucional, onde professores, com pós-graduação, estão sendo contratados, para trabalharem 20h semanais, com o governo estadual pagando um vencimento básico vergonhoso de R$ 974,74. Com os técnicos universitários a situação é ultrajante, com o último edital 03/2024, anunciando vencimento básico de R$ 1.155,64 para uma carga horária de 40h semanais de trabalho na Reitoria da Universidade, com sede na Cidade Administrativa.

O sucateamento do ensino público é uma política do Governador Romeu Zema. Na UEMG a falta de recursos está afetando as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Diversos projetos estão sendo cancelados. No Programa de Ensino em Monitoria Acadêmica – PEMA, por exemplo, quinhentas (500) bolsas foram cortadas. Os estudantes foram pegos de surpresa, com corte de mais de 50% nas bolsas estudantis disponíveis.

Nos primeiros meses do ano, editais como PAPEV/PAPEX – Programa de Apoio a Participação de Docentes em Eventos no País ou no Exterior foram suspensos. E os novos editais de apoio a projetos de pesquisa e extensão estão com número reduzidos de bolsas.

No momento que as universidades públicas demandam mais investimentos, o anuncio do governo estadual é na via contrária. Comprovando o sucateamento, unidades acadêmicas da UEMG em cidades do interior como Barbacena e Cláudio, faltam salas de aula para atender os estudantes, realocando turmas inteiras em espaços emprestados por escolas próximas.

O corte orçamentário atinge atividades universitárias básicas, com a suspensão de construção de novos prédios, obras de melhoria da estrutura das unidades, aquisição de materiais e equipamentos e projetos científicos estruturantes, criando-se um descaso com o desenvolvimento de Minas Gerais.

Diante da situação de crise eminente, a comunidade universitária fará uma paralisação das atividades na terça-feira (26), para denunciar o descaso com uma das maiores universidades de Minas Gerais, que atende hoje mais de vinte (20) mil estudantes. Com audiência pública marcada na Assembleia Legislativa – ALMG, professores, técnicos e estudantes exigem mudanças, com abertura urgente de concursos públicos para docentes e técnico-administrativos, reajuste salarial, investimento em manutenção estudantil e transparência nas ações com as universidades públicas estaduais. Sem investimento real em ciência e tecnologia não é possível desenvolvimento.


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