Técnicos das Universidades Federais do Pará aprovam greve a partir de 11 de março


Publicado em: 5 de março de 2024

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Will Mota, de Belém (PA)

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Nesta terça-feira, 5 de março, mais de 330 servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Pará (UFPA) aprovaram por unanimidade a deflagração de movimento de greve por tempo indeterminado a partir do dia 11 de março de 2024. Foi uma das maiores assembléias já vistas na UFPA, com mais de 200 servidores presenciais no hall da Reitoria e mais de 130 dos campi do interior na modalidade online.

Além da UFPA, os servidores da UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) e UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) também aprovaram greve nos dias de ontem, 4 de março, e hoje.

Após meses de “enrolação” do governo em avançar na pauta de reivindicações da categoria, os servidores decidiram cruzar os braços para forçar a aceleração das negociações. Os TAE’s (Técnico-Administrativos em Educação) das Universidades e Institutos Federais estão há meses empenhados buscando negociar com o governo uma proposta de reestruturação de sua carreira (PCCTAE – Lei 11.091/2005), pois a remuneração dos servidores das IFE (Instituições Federais de Ensino) é a menor entre todas as carreiras do executivo federal, com vencimento básico inferior a 2 salários mínimos.

Além da reestruturação da carreira, os trabalhadores também lutam pela equiparação dos auxílios (alimentação, saúde e escolar) com os servidores dos demais poderes, legislativo e judiciário, e também reivindicam reposição salarial para o ano de 2024, pois infelizmente o governo apresentou reajuste de 0% para esse ano.

Infelizmente, o trato do governo com os TAE’s das Universidades e Institutos Federais não tem sido o mesmo com outras categorias, pois segmentos do funcionalismo federal que já tem uma remuneração superior à remuneração do funcionalismo da educação federal, como por exemplo Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, conseguiram um reajuste muito superior. Os TAE’s exigem ser tratados com isonomia, respeito e dignidade.

Nos 6 anos de Temer e Bolsonaro, não houve nenhum centavo de recomposição salarial, houve reformas que retiraram direitos (previdência, trabalhista, entre outras) e o governo sequer recebia os sindicatos para conversar. No atual governo, já conquistamos 9% de reposição salarial em 2023 e temos mesas de negociação abertas. Porém, não aceitamos que as mesas de negociação se transformem em mesas de enrolação.

É bem verdade que o trato do atual governo Lula com os sindicatos e trabalhadores em luta é diferente em relação ao que acontecia nos governos Temer e Bolsonaro. Nos 6 anos de Temer e Bolsonaro, não houve nenhum centavo de recomposição salarial, houve reformas que retiraram direitos (previdência, trabalhista, entre outras) e o governo sequer recebia os sindicatos para conversar. No atual governo, já conquistamos 9% de reposição salarial em 2023 e temos mesas de negociação abertas. Porém, não aceitamos que as mesas de negociação se transformem em mesas de enrolação. Defendemos o governo Lula dos ataques golpistas da extrema-direita, queremos Bolsonaro e os generais golpistas na cadeia, mas também não vamos aceitar que o governo libere cerca de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares e não apresente 1 centavo para reestruturar a carreira mais defasada do executivo federal, dos servidores que carregam nas costas a gestão das universidades e institutos federais. Também é pauta da greve o arquivamento da proposta de Reforma Administrativa que reduz salários, ataca as carreira se acaba com a estabilidade no serviço público.

A expectativa nas próximas semanas é que os docentes e técnicos dos Institutos Federais (base do SINASEFE) e os docentes das Universidades Federais (base do ANDES-SN) também deflagrem greve e unifiquem com o nosso movimento. A unidade e a mobilização permanente são as palavras-chave desse processo de greve que ora se inicia. Precisamos de muita união e mobilização para pressionar o governo a tirar dinheiro do Centrão e investir na educação.

Will Mota é servidor TAE da UFPA, membro do Coletivo Sindical Travessia e militante da Resistência-PSOL

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