Quem atender a esse chamado do ex-presidente inelegível para ir à rua no domingo, (25), com o lema – fascista e integralista, é bom que se diga – “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, deve saber que estará alimentando o narcisismo de seu “mito”. Ele próprio se julga um “deus” intocável, ainda chefe de uma “pátria armada”, não tão amada.
Sua “pátria acima de todas” parece ser o EUA, para onde transferiu R$ 800 mil, alguns dias antes de, covardemente, sair do Brasil após a derrota eleitoral, usando o avião da FAB.
O objetivo da transferência , segundo a investigação da Polícia Federal, seria dispor de recursos para se manter em solo americano, enquanto a intentona golpista acontecia no Brasil. A grana serviria para pagar sua estadia no exterior e para que se precavesse de um inquérito por conspiração contra a democracia.
No próximo dia 25, na Avenida Paulista, não haverá prédio de Poder Público invadido, depredado e saqueado, com a conivência de forças policiais, como aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023, de triste memória, mas a Constituição Cidadã e nosso precário Estado Democrático de Direito serão, com certeza, alvejados.
A repulsa ao justo e devido processo e condenações dos envolvidos na trama golpista será a tônica. Ou seja, total desapreço pela democracia.
Além da criminosa defesa do golpe fracassado, não será surpresa se aparecer no meio dos manifestantes e em alguns discursos, apoios ao massacre em Gaza, a Trump e a expressões da extrema direita em outras partes do mundo, algumas com indisfarçável viés neonazista.
Além da criminosa defesa do golpe fracassado, não será surpresa se aparecer no meio dos manifestantes e em alguns discursos, apoios ao massacre em Gaza, a Trump e a expressões da extrema direita em outras partes do mundo, algumas com indisfarçável viés neonazista.
Trata-se de um convescote de individualistas insensíveis, egocêntricos, que se alimentam do ódio ao que não é seu espelho.
Essa pretendida “fotografia” será a dos que – incautos ou de má fé – não acreditam nos valores republicanos, na igualdade entre os humanos e na nossa pertença à natureza, tão vilipendiada (“passa a boiada!”).
Será, independentemente do tamanho da aglomeração retrógrada, uma manifestação de má qualidade, sombria e negacionista, com alto teor golpista.
Para desconforto e raiva dos ultraconservadores, que pouco leem, cito um escrito do velho Marx, em “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte” (1852): “a História só se repete, por assim dizer, duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa”.
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