Centenas de milhares de trabalhadores saíram ontem (24) às ruas em todas as cidades da Argentina, em repúdio ao brutal ataque que o governo Milei faz aos orçamentos de todos, aos direitos, conquistas e liberdades democráticas.
Convocada pela Confederação Geral do Trabalho- CGT e pelas duas Centrais de Trabalhadores Argentinos -CTAs e pela Uniao de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular – UTEP, a jornada expressou a revolta acumulada, tanto na massividade quanto na extensão da greve e mobilização por todo o país, que foi acompanhada de ações solidárias em várias cidades do mundo.
Embora tenha implantado uma operação policial de proporções, o governo não conseguiu impedir que as massas trabalhadoras literalmente ocupassem as ruas e os espaços públicos do país, invalidando efetivamente o protocolo repressivo1 . O governo de Milei não conseguiu o tratamento parlamentar no tempo que queria; o debate e votação na Câmara de Deputades foi adiado para terça-feira, 30.
Embora o governo tente escondê-lo, seu plano sofreu um revés, e agora contra-ataca desqualificando e “comprando” votos ou intenções de votos no Congresso. Não confiamos nessa instituição patronal que se cansou de votar leis contra os trabalhadores e entregar o patrimônio da nação; Só os trabalhadores nas ruas conseguirão acabar com essa política de fome e entrega [das riquezas do país].
Depois de tal demonstração de força da classe trabalhadora e das organizações populares, ela deve ser continuada por meio de um plano de luta com novas greves, mobilizações, bloqueios e outras ações que expressem a determinação do povo trabalhador em enfrentar a espoliação que os capitalistas e seu atual governo buscam impor.
Devemos impulsionar assembleias nas fábricas, nos bairros, nas praças das cidades, para promover a continuidade da luta, com novas ações e iniciativas que devemos exigir das lideranças da CGT e das CTAs, e também impulsionar a partir da base.
Devemos impulsionar assembleias nas fábricas, nos bairros, nas praças das cidades, para promover a continuidade da luta, com novas ações e iniciativas que devemos exigir das lideranças da CGT e das CTAs, e também impulsionar a partir da base.
As organizações de esquerda devem abandonar a orientação política expressa na “coluna independente”, pois essa não é a tática correta para essa conjuntura. Temos de promover a mais ampla unidade de acção e uma verdadeira política unitária para atacar duramente a política do Governo.
O governo de Milei não recuará se a mobilização popular não o derrotar. Hoje, com uma ação contundente, colocamos uma primeira barreira aos ataques do governo e dos capitalistas que se beneficiam de suas políticas. Agora, temos que ir até o final e derrotá-lo, como fizemos com De la Rua em 2001 ou em parte com Macri em dezembro de 2017.
A força está no povo mobilizado e hoje ficou demonstrado mais uma vez que assim é. Agora, não devemos sair das ruas enquanto não cessar o ataque aos salários, direitos, conquistas, organizações e liberdades democráticas.
Na próxima semana, dia em que for discutido no Congresso, devemos nos mobilizar para que sejam derrubados o Decreto [de Necessidade e Urgência] , a Lei Ônibus, o Protocolo repressivo e o Plano da Motosserra como um todo. Isso será alcançado se continuarmos com uma greve de 36 horas e mobilizações de massa como as que vêm ocorrendo. A resposta da classe trabalhadora e do povo empobrecido tem sido avassaladora. Temos de organizar o próximo passo.
Aumento geral dos salários, reformas, pensões e subsídios
Há dinheiro! Suspensão e investigação da dívida pública com o FMI e os fundos abutres. Imposto progressivo e permanente sobre grandes fortunas
Opinião socialista.
25 de janeiro de 2024.
1 Refere-se às disposições que o governo Milei, por meio de sua ministra de Segurança Patrícia busca implantar para impedir todas as mobilizações reivindicativas e/ou políticas. O item mais Bullrich conhecido e ridicularizado é a exigência que as manifestações sejam feitas pelas calçadas e não possam ocupar ruas.
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