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TEORIA

Prefácio à edição polonesa de “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, de Lenin

Leon Trótski, com tradução de Paulo Duque, do Esquerda Online

Capa original do nº 32 do jornal Boletim de Oposição (Bolchevique-Leninista)

Esse prefácio foi escrito na pequena ilha de Prinkipo (Büyükada), no Mar de Mármara, na Turquia. Após a expulsão do Partido Comunista Russo (novembro de 1927) e o exílio em Alma Ata, no Cazaquistão (janeiro de 1928), Trotsky foi deportado da URSS sob o regime stalinista e passou a morar em Prinkipo entre fevereiro de 1929 e julho de 1933. Ainda que acompanhando o cenário internacional pelos jornais e cartas de camaradas, estando isolado do mundo, Trotsky aproveitou a ocasião para desenvolver as bases de seu pensamento e pode escrever importantes obras (Minha vida e História da Revolução Russa). Viver em Prinkipo permitiu-lhe “ponderar calma e profundamente a sucessão lógica dos grandes acontecimentos históricos e, à luz disso, o papel dos partidos e dos homens” (Trotsky em entrevista para a Associated Press em 27 de fevereiro de 1932). Ao comentar a obra clássica de Lenin, Trotsky acentua a compreensão leninista da aplicação da frente única contra os desvios oportunistas e conciliadores. Assim, visa continuar o combate de Lenin contra o ultraesquerdismo, o oportunismo e o sectarismo, e agora contra o que chamava na época de centrismo burocrático (stalinismo), denunciando que o esquerdismo aparece como o método de muitas organizações proletárias do momento e apontando a melhor forma de aplicação da tática de frente única. Segue a tradução:


L. Trótski

Essa obra de Lenin que apresentamos aos leitores poloneses1 foi escrita em abril de 1920. Nessa época, o movimento comunista internacional não tinha saído da infância; suas enfermidades eram, de fato, infantis.

Enquanto condenava o “esquerdismo” formal, o radicalismo dos gestos e de palavras vazias, Lenin defendeu ainda mais apaixonadamente a verdadeira intransigência revolucionária da política de classe. Fazendo isso, não se conteve – infelizmente, longe disso – contra os abusos dos oportunistas de várias origens, que, desde a publicação desta obra doze anos atrás, se referiram a ela centenas e milhares de vezes com o objetivo de defender a conciliação sem princípios.

Nesse momento, no contexto da crise global, setores da esquerda em diversos países estão se separando da socialdemocracia. Tais grupos, caindo no fosso que separa o comunismo do reformismo, geralmente declaram que sua principal tarefa histórica é a criação de uma “frente única” ou, de modo mais amplo, da “unidade do movimento operário”. De fato, tais consignas conciliatórias constituem toda a fisionomia do Partido Socialista dos Trabalhadores da Alemanha, liderado por Seydewitz2, K. Rosenfeld3, o velho Ledebour4 e outros. Muito pouco difere do Partido Socialista dos Trabalhadores da Alemanha, como posso julgar daqui, o pequeno grupo político polonês formado em torno do Dr. Joseph Kruk5. Os melhores teóricos desses grupos apelam ao “Esquerdismo, doença infantil do comunismo” de Lenin. Apenas esqueceram de explicar os motivos de sempre consideram Lenin como um cismático incorrigível.

A essência da política leninista da frente única consiste em dar ao proletariado a oportunidade de atingir, trabalhando unidos, um pequeno passo prático adiante – enquanto mantém uma organização e um programa combativo e intransigente; baseando-se nesses passos práticos das massas, Lenin não se esforçou para ocultar e suavizar as contradições políticas entre o marxismo e o reformismo, mas, pelo contrário, para revelá-las, para explicá-las às massas e, então, para reforçar o setor revolucionário.

Os problemas da frente única constituem a essência dos problemas das táticas. Sabemos que a tática está subordinada à estratégia.

Nossa linha estratégica é definida pelos interesses históricos do proletariado à luz do marxismo. Não desejamos, com isso, minimizar o significado das questões táticas. Uma estratégia sem suas táticas correspondentes está condenada a permanecer uma abstração teórica sem vida. Mas não é menos desesperador transformar uma tática específica, qualquer que seja sua importância em dado momento, numa panaceia, num remédio universal, num artigo de fé. A primeira regra para a aplicação da política da frente única é a completa e irreconciliável ruptura com a conciliação sem princípios.

A obra de Lenin parece ter dado um golpe mortal no falso radicalismo. O terceiro e o quarto congressos da Internacional Comunista quase por unanimidade sancionam as conclusões desse livro em suas resoluções. Mas durante o período seguinte, cujo começo coincidiu com a doença e morte de Lenin, observamos algo que surpreende à primeira vista: as tendências ultraesquerdistas emergem novamente, adquirem força, conduzem a uma série de derrotas, desaparecem, apenas para reaparecer em uma forma mais grave e maligna.

Protestos formais e superficiais contra acordos de qualquer tipo com reformistas, contra qualquer frente unificada com a Socialdemocracia, contra a unidade do movimento sindical e argumentos superficiais em favor da criação dos nossos próprios sindicatos “puros”, como Lenin apontou – todas essas considerações ultraesquerdistas não se tornaram nem mais sérias nem mais inteligentes porque agora são expressas pelos fracos gritos infantis, mas pelos graves berros dos burocratas. Qual é a razão para esse recaída surpreendente?

Sabemos que as tendências políticas não existem “soltas no ar”: desvios e erros, caso sejam persistentes e prolongados, devem ser enraizadas em uma base de classe. Falar do ultraesquerdismo sem definir suas raízes sociais é substituir a análise marxista por “ideias brilhantes”. A ala direita, os críticos oportunistas do stalinismo, como os brandlerista6, vão além e reduzem todos os erros do Comintern a um simples mal-entendimento ideológico. Sobre uma base suprassocial, suprahistórica, quase mística, o ultraesquerdismo é transformado em alguma forma de espírito malévolo como o parecido com o que devora os cristãos mais piedosos.

O problema deve ser abordado de forma totalmente diferente. Os acontecimentos demonstram de modo conclusivo que aqueles erros, que antes eram apenas a expressão de indivíduos e grupos devido à sua política infantil, agora são elevados a um sistema e se tornaram o método deliberativo de controle de uma corrente política real: o centrismo burocrático. Na verdade, não se trata da questão das inconsistências do pensamento ultraesquerdista, já que o grupo político que agora controla o Comintern altera erros ultraesquerdistas com ações oportunistas. Em certos momentos, a facção stalinista nem sequer intercala entre radicalismo e oportunismo, mas usa ambos simultaneamente de diferentes maneiras conforme as necessidades do fortalecimento de sua facção.

Assim, atualmente vemos, por um lado, uma recusa de princípios em desenvolver qualquer política de acordos, sejam eles quais forem, com a Socialdemocracia alemã; por outro lado, testemunhamos um congresso antiguerra, convocado por meio de acordos com pacifistas burgueses e pequeno-burgueses, radicais franceses, maçons ou com indivíduos pretensiosos do tipo de Barbusse7, que consideram ser sua missão particular “unir da Segunda e Terceira Internacionais”.

Aqueles argumentos simples e, como sempre, exaustivos que Lenin promoveu em favor de “acordos”, de “compromissos”, de concessões inevitáveis, servem de modo insuperável para demonstrar os limites pelos quais tais métodos não devem transgredir sem certamente serem transformados em seu oposto.

A tática da frente única não é um princípio universal, mas está subordinada a um critério superior: ela efetua a unificação da vanguarda proletária com base em uma política marxista intransigente? A arte da direção consiste em definir, em cada caso, com base em uma relação de classe concreta, com quem, com qual finalidade, quais os limites aceitáveis da frente única e em que momento deve ser encerrada.

***

Ao procurar um modelo perfeito do modo no qual a frente única não deve e não pode ser formada, não se pode encontrar um melhor exemplo – ou melhor, um pior – que o congresso de Amsterdã “de todas as classes e de todos os partidos” contra a guerra8. Este exemplo merece que seja examinado ponto a ponto.

1. O Partido Comunista em cada um de seus acordos, temporários ou prolongados, deve agir abertamente sob a sua própria bandeira.

No entanto, tais partidos foram ignorados em Amsterdã! Como se a luta contra a guerra não fosse uma tarefa política e, consequentemente, uma tarefa dos partidos políticos! Como se essa luta não demandasse a mais completa clareza e precisão das ideias! Como se qualquer organização que não o partido [comunista] fosse capaz de formular tão completa e claramente como o partido [comunista] a questão da luta contra a guerra! E, no entanto, o verdadeiro organizador desse congresso, esse partido ignorado, foi a própria Internacional Comunista.

2. O Partido Comunista não deve procurar uma frente única com advogados e jornalistas que atuam isoladamente, nem com simpatizantes, mas com organizações dos trabalhadores de massa e, consequentemente, em primeiro lugar, com a Socialdemocracia. Mas a frente única com a Socialdemocracia foi excluída desde o início. Até mesmo a oferta de frente única aos Socialdemocratas – para provar abertamente a influência da pressão das massas socialdemocratas sobre suas direções – foi declarada como inadmissível.

3. Precisamente porque a política de frente única carrega consigo perigos oportunistas, é dever do Partido Comunista evitar todo tipo de mediação duvidosa e diplomacia secreta por trás das costas dos trabalhadores. No entanto, a Internacional Comunista julgou necessário colocar como porta-voz e organizador formal, como negociado nos bastidores, o escritor francês Barbusse, que se apoiou nos piores elementos do reformismo e do comunismo. Sem informar as massas, mas obviamente com o apoio do Comitê Executivo do Comintern, Barbusse negociou o tema do Congresso com Frederich Adler9! A frente única partindo de cima está banida, não é mesmo? Como podemos ver, pela mediação de Barbusse, isso é aceitável! Não faz falta mencionar que os manipuladores da Segunda Internacional estão muito à frente de Barbusse no campo das manobras políticas. A diplomacia dos bastidores de Barbusse presenteou a Segunda Internacional com desculpas muito vantajosas para não participar no congresso.

4. O Partido Comunista tem o direito, e até o dever, de atrair para sua causa os aliados mais fracos – se eles forem verdadeiramente aliados! Mas, ao fazê-lo, não deve rechaçar as massas trabalhadoras, que são seus aliados essenciais. No entanto, a participação no congresso de políticos burgueses individuais, membros do partido dirigente da França imperialista, não pode deixar de afastar os trabalhadores socialistas franceses do comunismo. Também não será fácil explicar ao proletariado alemão porque é possível marchar ao lado do vice-presidente do partido, Harriot, ou com o pacifista General Schoenaich10, enquanto, ao mesmo tempo, declara como inadmissível propor às organizações operárias reformistas uma ação comum contra a guerra.

5. O mais perigoso ao se aplicar a política da frente única é ter uma falsa caracterização dos aliados – quando falsos aliados se apresentam como verdadeiros, os trabalhadores são enganados desde o início. Entretando, este é o crime que os organizadores do congresso de Amsterdã cometeram e estão cometendo.

A burguesia francesa é agora, como um todo, “pacifista” – isso não é de todo surpreendente: todo vencedor se esforça para impedir que os derrotados preparem sua vingança. A burguesia francesa busca, sempre e em todo lugar, garantias da paz, de modo que os frutos da sua pilhagem sejam considerados sacrossantos e invioláveis.

A ala esquerda do pacifismo pequeno-burguês está preparada para procurar essas garantias mesmo se aliando com o Comintern. Uma aliança episódica! No dia que a guerra for declarada, tais pacifistas apoiarão seus próprios governos. Será dito aos trabalhadores franceses: “Em nossa luta por paz, fizemos de tudo, inclusive fomos ao congresso de Amsterdã. Mas a guerra nos foi imposta – permanecemos em defesa da pátria”. A participação dos pacifistas franceses no congresso não obriga a nada e o momento em que a guerra for declarada beneficiará totalmente o imperialismo francês. Por outro lado, no caso de uma guerra pela igualdade de direitos no domínio da pilhagem internacional, o General Schoenaich e seus semelhantes estarão inteiramente no lado de sua pátria alemã e explorarão ao máximo em seu benefício a autoridade recentemente adquirida em Amsterdã.

O burguês nacionalista indiano Patel11 participou no congresso de Amsterdã pela mesma razão que Chiang Kai-shek participou com “voto consultivo” no Comintern. Tal participação, sem dúvida, aumentará a autoridade dos “líderes nacionalistas” aos olhos das massas do povo. Patel responderá a qualquer comunista indiano que chame a ele e seus amigos de traidores numa reunião: “Se eu fosse um traidor, não teria me aliado aos bolcheviques em Amsterdã”. Então, os stalinistas teriam armado a burguesia indiana contra os trabalhadores indianos.

6. Um acordo em nome de um objetivo prático não deve, em caso algum, ser estabelecido ao custo de concessões de princípios, de silenciar as diferenças essenciais, de fazer formulações ambíguas que permitem a cada uma das partes as interpretar à sua maneira. Entretanto, o manifesto do congresso de Amsterdã se baseia inteiramente em truques e ambiguidades, no jogo de palavras, em disfarçar contradições, em discursos extravagantes sem sentido, em declarações solenes que levam a nada. Membros de partidos da burguesia e mentirosos da maçonaria “condenam” o capitalismo! Os pacifistas “condenam” o pacifismo! Então, no dia seguinte ao congresso, o General Schoenaich, num artigo impresso no jornal de Muenzenberg12, se declara pacifista! Tendo condenado o capitalismo, o burguês francês retorna às fileiras do seu partido capitalista e dá o seu voto de confiança a Herriot. Não é isto uma mascaração escandalosa, um charlatanismo vergonhoso?

A intransigência marxista, obrigatória quando se realiza uma frente única em geral, se torna dupla ou triplamente obrigatória quando se trata de um problema tão agudo quanto a guerra. A voz decisiva de Liebknecht, ressoando durante a guerra13, tem um significado incomparavelmente maior para o desenvolvimento da revolução alemã do que os protestos sentimentais de todo o Partido Socialdemocrata independente14. Na França, não existe um Liebknecht. Uma das principais razões é que o pacifismo maçom-radical, socialista-sindical, cria uma atmosfera totalmente emaranhada em mentiras e farsas.

Lenin insistiu que qualquer tipo de congresso “antiguerra” não deveria estabelecer acordos de lugares-comuns, mas, ao contrário, colocar os problemas de forma muito clara, distinta, precisa que colocasse os pacifistas queimarem seus dedos e recuarem, assim dando uma lição objetiva a todos os trabalhadores. Lenin escreveu, em suas instruções à delegação soviética ao congresso antiguerra de Haia em 1922: “Eu penso que se tivermos muitas pessoas na Conferência de Haia que possam fazer discursos contra a guerra em várias línguas, a coisa mais importante deveria ser refutar a opinião de que os delegados da conferência são contrários à guerra, de que compreendem que a guerra pode e deve vir no momento mais inesperado, que compreendam, até certo ponto, quais os métodos devem ser adoptados para combater a guerra, que estejam, em qualquer medida, em posição de adoptar medidas razoáveis e eficazes para combater a guerra”15.

Imaginemos por um momento Lenin votando em Amsterdã no vazio e pomposo manifesto, de mãos dadas com o francês radical G. Bergery16, com o general alemão Schoenaich, com o nacionalista liberal Patel! Não se poderia medir melhor a profundidade a que caíram os epígonos do que pelo caráter monstruoso desta ideia.

***

Nesse livro de Lenin, não existe uma única formulação que não nos apoiemos hoje. Doze anos após essa obra ser escrita, se constitui – com base na alteração sistemática da política leninista e no uso indevido das citações de Lenin – uma tendência definida, o centrismo burocrático, uma tendência que não existia quando Lenine escreveu sua obra.

Não é difícil explicar os motivos da existência da tendência stalinista. Ela tem apoio social: os milhões de burocratas que se alimentam de uma revolução vitoriosa, mas isolada num único país. Os interesses particulares de castas da burocracia criam nela tendências oportunistas e nacionalistas. No entanto, esta é a burocracia de um Estado operário, rodeado por um mundo burguês. A cada momento, colide com a burocracia socialdemocrata dos países capitalistas. Ao ditar a direção do Comintern, a burocracia soviética lhe impõe as contradições da sua própria posição. Toda a política de liderança dos epígonos oscila entre o oportunismo e o aventureirismo.
O ultraesquerdismo foi criado para ser uma doença infantil. É agora um dos métodos de autopreservação de uma facção cada vez mais pressionada pelo desenvolvimento da vanguarda do proletariado mundial. A luta contra o centrismo burocrático é agora a primeira obrigação de todo marxista. Se não houvesse outras razões, só por esta razão deveríamos saudar calorosamente esta edição polonesa da admirável obra de Lenin.

L. Trotsky
Prinkipo, 6 de outubro de 1932

Fonte: Writings of Leon Trotsky [1932]. New York: Pathfinder Press, 1973. p. 221-227.
Notas
1 A edição polonesa de “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, juntamente com o prefácio de Trotsky, foi publicada pela editora Nowa Era no final de 1931. O prefácio de Trotsky foi publicado separadamente em russo no nº 32 (dezembro de 1932) do Boletim de Oposição (Bolchevique-Leninista).
2 Max Seydewitz (1892-1987) se juntou ao Partido Socialdemocrata da Alemanhã em 1910. Foi expulso do Partido em 1931 por criar uma fração de esquerda, criando o Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães.
3 Kurt Rosenfeld (1877-1943) foi um advogado e líder esquerdista da socialdemocracia alemã que foi expulso do partido em 1931 e ajudou a fundar o Partido Socialista Operário, do qual foi líder por um curto período.
4 Georg Ledebour (1850-1937) foi um jornalista alemão. Ingressou na socialdemocracia em 1891. Se opondo à participação do país na Primeira Guerra Mundial, ajudou a fundar o Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha em 1917. Mesmo com a migração da maioria dos membros do partido para o Partido Comunista Alemão em 1920 e outra parte voltar à socialdemocracia em 1922, seu grupo permanece no partido que fundou. Ingressa no Partido Socialista Operário em 1931.
5 Joseph Kruk (1885-1972) foi um jornalista e representante de um pequeno grupo polonês, o Partido Socialista Trabalhista Independente.
6 Trotsky se refere ao Partido Comunista Alemão da Oposição, organização formada pela oposição de direita ao Partido Comunista Alemão, após a expulsão de alguns membros em 1928. Era dirigido por Brandler e Thalheimer. A partir de 1930, forma com outros grupos comunistas direitistas a União internacional da oposição comunista.
7 Henri Barbusse (1873-1835) foi um escritor, jornalista e militante comunista francês. Dirigiu o Congreso Mundial contra a Guerra Imperialista, que ocorreu em Amsterdã em 1932, e o Comitê Mundial contra a Guerra e o Fascismo, fundado em 1933.
8 Trotsky se refere ao Congresso Internacional contra a Guerra Imperialista, que ocorreu em Amsterdã entre os dias 27 e 29 de agosto de 1932. O Congresso de Amsterdã foi organizado por Henri Barbusse e Romain Rolland. Apesar de ser uma ação da Internacional Comunista, a maioria de seus delegados não eram comunistas, mas pertenciam a organizações ligadas ou simpatizantes à URSS.
9 Frederich Adler (1879-1960) foi o secretário do Partido Socialdemocrata austríaco de 1911 a 1916, quando assassinou o primeiro-ministro austríaco e foi preso. Livre pela revolução de 1918, foi um dos fundadores da Segunda Internacional e meia, conduzindo-a depois de volta à Segunda Internacional em 1923, tornando-se seu secretário.
10 Paul von Schoenaich (1886-1954) foi um oficial da marina que se tornou pacifista e escreveu artigos favoráveis à URSS.
11 Vallabhbhai Jhaverbhai Patel (1877-1950) foi um advogado e estadista indiano, líder de direita do Partido do Congresso Indiano e tornou-se membro do governo após a proclamação da independência da Índia.
12 Willi Münzenberg (1889-1940) foi um organizador da Internacional da Juventude Comunista e um stalinista leal. Fundou uma série de empresas de propaganda com dinheiro do Comintern, incluindo jornais, revistas, uma empresa cinematográfica, uma editora etc. Continuou suas operações para o Comintern em Paris depois de 1933, até romper com sua política de Frente Popular em 1937. Foi encontrado morto em circunstâncias misteriosas depois da invasão alemã na França.
13 Karl Liebknecht (1871-1919) foi Socialdemocrata alemão disputado no Reichstag quando estourou a Primeira Guerra Mundial. Apesar de ter seguido a disciplina do partido e votado a favor dos créditos de guerra em 4 de agosto de 1914, logo rompeu com a política de guerra e esteve na prisão por sua atividade antiguerra entre 1916 e 1918. Junto com Rosa Luxemburgo, fundou a Liga Spartakus e dirigiu a insurreição de novembro de 1918. Ambo foram assassinados por ordem do governo socialdemocrata.
14 O Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha foi fundado em 1917 pelos elementos centristas do Partido Socialdemocrata. Apesar da maioria ter se unificado com o Partido Comunista Alemão em 1920 e outros com o Partido Socialdemocrata alemão em 1922, um pequeno grupo de Ledebour permanece no partido.
15 Collected Works, volume 33. “Notes on the Tasks of Our Delegation at The Hague”, 4 de dezembro de 1922.
16 Gaston Bergery (1892-1958), um político do Partido Radical francês e “amigo da URSS” nos anos 1930 se tornou um dos fundadores da Frente Popular em 1935. Posteriormente, passou à direita e serviu como embaixador de Petain.