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BRASIL

Petrobras reduz preço do diesel, mas ainda cobra acima do PPI

Observatório Social do Petróleo
Arquivo Petrobras

Apesar da redução de R$ 0,27 no litro do diesel S-10, anunciado nesta quinta-feira (7), a Petrobrás continua vendendo o combustível R$ 0,05, em média, acima do Preço de Paridade de Importação (PPI). Há quatro semanas consecutivas, o preço praticado pela estatal é superior à referência internacional.

A empresa fechou o mês de novembro com o diesel ultrapassando R$ 0,22, em média, o Preço de Paridade de Importação (PPI). Foi o primeiro mês, desde a mudança da política de cálculo dos combustíveis, em maio passado, que o diesel fornecido pelas refinarias estatais superou o parâmetro internacional. Em relação à gasolina, o litro ficou R$ 0,01 acima do PPI, mantendo o valor médio de importação.

O levantamento é do Observatório Social do Petróleo (OSP) e mostra que a maior diferença no diesel foi de R$ 0,30, registrada na semana de 20 a 24 de novembro. No caso da gasolina, a diferença mais alta foi de R$ 0,06, entre os dias 13 e 17. Os dados apontam ainda que desde o último aumento no preço do diesel, realizado pela Petrobrás em 29 de outubro, quando o litro subiu de R$ 3,80 para R$ 4,05, o PPI já diminuiu 14%.

Segundo o economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas, o diesel da Petrobrás ficou acima do PPI em novembro porque a empresa manteve o preço mesmo diante da redução no mercado internacional. No mês passado, o barril do petróleo tipo brent, referência internacional, caiu mais de US$ 10.

O imobilismo da Petrobrás face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação. Até então, a Petrobrás vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionais

“O imobilismo da Petrobrás face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação. Até então, a Petrobrás vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionais”, afirma Dantas.

Para o diretor do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Rafael Prado, esse cenário entra em contradição com um dos critérios da nova política da Petrobrás, que define preços menores do que os da concorrência, o que não vem acontecendo desde o início de novembro. “É inaceitável que a Petrobrás continue vendendo combustíveis mais caros do que o PPI. Essa condição é prejudicial tanto para a população, que acaba pagando preços mais altos, quanto para o governo, tendo em vista o imenso custo fiscal e econômico no combate à inflação, com altíssimas taxas de juros”, conclui.