São Bernardo do Campo é uma cidade com inúmeros desafios. Fechamento de importantes postos de trabalho na grande indústria, déficit habitacional de mais de 75 mil, falta de políticas públicas de combate à violência contra a mulher com o crescimento da mesma, caos na saúde com fechamento de Unidades Básicas de Saúde e falta de médicos, umas das passagens de ônibus mais caras do país (R$ 5,75) e uma denúncia de racismo institucional que atinge a atual administração do prefeito Orlando Morando, que inclui demolição de teatro na periferia, não promoção do ensino de história e cultura afrobrasileira previsto em lei, perseguição à cultura Hip Hop, despejos realizados em plena pandemia e a tentativa em curso de despejar o Projeto Meninos e Meninas de Rua, histórico projeto que atende crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social e é uma referência nacional inclusive por ter participado da construção do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Entretanto, a maioria da câmara de vereadores da cidade, alinhada com o atual prefeito, viu como uma de suas prioridades a concessão de título de cidadão São Bernardense para Jair Bolsonaro e para seu filho, Eduardo Bolsonaro. Em outubro de 2022 votaram essa honraria que ocorreria em Brasília, porém, com a derrota de Bolsonaro nas eleições trouxeram a cerimônia para a cidade.
Movimentos sociais da cidade organizados em conjunto com a ABC Sem Medo convocam ato para protestar contra essa medida. A organização denuncia as consequências que a política de Bolsonaro, enquanto presidente, teve para a região, como os cortes de verbas que afetaram a UFABC, a verba de combate à violência contra a mulher e o negacionismo em relação à pandemia. O protesto será no dia em que a cerimônia na câmara está programada, 30 de novembro, com concentração a partir das 17 horas na Praça Filomena, centro da cidade.
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