Cidades brasileiras vendem gás de cozinha acima do recorde histórico; em Tefé, no Amazonas, botijão custa R$ 152


Publicado em: 24 de novembro de 2023

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Em 71 municípios brasileiros, o preço do gás de cozinha ultrapassou neste mês de novembro a maior média nacional semanal do século, de R$ 113,66, registrada entre os dias 10 e 16 de abril de 2022. Na cidade de Tefé, no Amazonas, o botijão chegou a superar em quase 34% o recorde histórico, com o vasilhame de 13k de GLP (gás liquefeito de petróleo) sendo comercializado a R$ 152, o preço mais caro do país.

As informações são do Observatório Social do Petróleo (OSP), com base no Levantamento de Preços de Combustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que verificou o valor do botijão de gás em 456 municípios do Brasil, na semana de 12 a 18 de novembro deste ano. Os preços do GLP nas 71 cidades que estão acima da marca da série histórica – que tem início em julho de 2001, quando o órgão regulador federal começa a divulgar os valores do gás de cozinha – variam de R$ 114 a R$ 152.

A análise do Observatório mostra que seis das 10 cidades com preços mais elevados estão na região Norte do país, que é abastecida parcialmente pela Ream (Refinaria da Amazônia). A unidade de refino, que completa em dezembro um ano de privatização, tem sido a recordista nacional dos combustíveis mais caros.

A lista das 10 cidades brasileiras com custo mais alto do gás de cozinha inclui três municípios no estado do Amazonas, três no Mato Grosso, dois em Rondônia, um em Roraima e um na Bahia. Tefé (AM) é a cidade com preço mais elevado do Brasil, seguida por Alta Floresta e Sinop, ambos municípios do Mato Grosso, onde o vasilhame é vendido a R$ 145 e R$ 138,63, respectivamente.

“A cidade de Tefé está localizada a apenas 180 km do Polo Urucu, a maior reserva terrestre de gás natural do país, e é o ápice da contradição que justo nessa região a população seja condenada a pagar os preços mais altos”

“A cidade de Tefé está localizada a apenas 180 km do Polo Urucu, a maior reserva terrestre de gás natural do país, e é o ápice da contradição que justo nessa região a população seja condenada a pagar os preços mais altos”, afirma o secretário geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa. Segundo ele, essa situação é fruto da privatização. “Por isso defendemos a urgência de a Petrobrás voltar a ser uma empresa integrada de petróleo, como são todas as grandes petrolíferas mundiais, reestatizando refinarias, distribuidoras, gasodutos e campos de exploração”, destaca.

O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), aponta dois fatores que explicam a concentração dos maiores preços no Norte do Brasil. “O primeiro motivo é que a média ponderada dos preços praticados por produtores e importadores nessa região está 24% acima da média nacional, de acordo com dados da ANP. E grande parte dessa alta se deve à privatização da refinaria. O segundo fator é que a região tem a maior margem de distribuição e revenda, devido aos custos mais elevados de transporte/logística, sendo R$ 9 (18%) superior à média nacional”, afirma.

Rio de Janeiro e São Paulo

Na lista geral dos 71 municípios acima do recorde do século aparecem três cidades do estado do Rio de Janeiro e três de São Paulo. Macaé (RJ) cobra R$ 123 pelo botijão e é o município com preço mais caro do estado fluminense. Logo em seguida, estão Itaguaí (R$ 121) e Angra dos Reis (R$ 114,84). No estado paulista, o maior custo do gás de cozinha foi constatado em Marília (R$ 114,44), seguido por Itapeva (R$ 114,16) e Guarujá (R$ 114,09).

No comparativo entre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, Roraima registra a média de preço mais alta do país, comercializando o vasilhame a R$ 131,48. O segundo estado com botijão de gás mais caro é o Amazonas, que cobra, em média, R$ 125,99 a unidade. Em seguida está Tocantins, com a média de R$ 118,70. O estado de São Paulo ocupa a 15ª posição, praticando o preço médio de R$ 101,50, e o Rio de Janeiro vem em 26º lugar, com o valor médio de R$ 93,34.


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