Por uma mobilidade antirracista: não à privatização do transporte público!

Neste 20 de novembro, precisamos escancarar todas as formas que perpetuam a exclusão e o racismo contra a maioria da população brasileira, que é negra. Neste artigo, propomos demonstrar que a luta contra a privatização de serviços essenciais, como o Metrô, é parte da nossa luta contra o racismo. 


Publicado em: 19 de novembro de 2023

Brasil

Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo (SP)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Brasil

Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo (SP)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

Antes de mais nada, é preciso dizer que o sistema de transporte hoje é racista e excludente! O transporte é estruturado, assim como nossa sociedade, pelo racismo. Mas certamente a privatização aprofunda isso, gerando um abismo maior entre centro e periferia.

Isto acontece porque o transporte público é o serviço que garante o acesso a outros serviços e direitos! Isto significa que é preciso o transporte público para ir ao médico ou à escola, sacar aposentadoria, trabalhar, procurar emprego e ir a um parque, por exemplo.

O sistema de transporte pode agravar o racismo estrutural da nossa sociedade. A esmagadora maioria que precisa acessar esses serviços públicos são pessoas periféricas e negras! Assim, qualquer assunto relacionado à mobilidade deve ser pensado a partir dessa realidade.

Com a privatização, a primeira barreira será a tarifa mais cara. O lucro como prioridade será empecilho também para investir na ampliação de transporte nas periferias. Sob a lógica das mercadorias, o horizonte do transporte coletivo como direito gratuito, a la SUS, ficará mais distante.

Com a privatização, a primeira barreira será a tarifa mais cara. O lucro como prioridade será empecilho também para investir na ampliação de transporte nas periferias. Sob a lógica das mercadorias, o horizonte do transporte coletivo como direito gratuito, a la SUS, ficará mais distante.

Uma demonstração nítida do corte racial no enorme prejuízo que a população sofre com a privatização é ver o perfil das pessoas que são obrigadas a andar pelos trilhos quando a Via Calamidade falha. O perfil é totalmente racializado, afinal a população que precisa desses trens é a população da periferia da cidade e de sua região metropolitana.

A privatização certamente atinge a todos, mas não do mesmo modo! Para nós, pessoas racializadas, significará uma segregação ainda maior e o aprofundamento da limitação forçada de nossa circulação pela cidade.

Nesse sentido, o transporte público pode ser um instrumento de apartheid ou uma das frentes de luta possíveis para enfrentarmos o racismo. Mas, isso depende de qual mobilidade defendemos. Certamente, o modelo privatista que não é.

 

Voir cette publication sur Instagram

 

Une publication partagée par Camila Lisboa (@lisboa.camila_)


Compartilhe:

Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição