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BRASIL

Os desafios do PSOL Florianópolis frente ao governo Topázio Neto (PSD)

Vic Borges, Presidente Municipal do PSOL Florianópolis (SC)

O prefeito Topázio Neto representa hoje, na prefeitura de Florianópolis, um aprofundamento e a aplicação da agenda neoliberal eleita no último período. Sendo sucessor de Gean Loureiro, Topázio corresponde ao projeto do grande empresariado local. O prefeito colocou à venda a cidade, durante toda a discussão do plano diretor, quando priorizou os interesses turísticos do empresariado local em detrimento de políticas que visam a proteção ambiental e planejamento urbano que aponte uma expansão sustentável de nossa cidade. Além disso, sua prefeitura está minada por esquemas de corrupção, precarização e privatização. Ainda defende e amplia uma ”política verde” na cidade, juntamente com os interesses do alto escalão turístico, que é ineficaz para conter os desastres ambientais já causados nos últimos anos como por exemplo, os problemas com as barragens e reservatórios da CASAN, a balneabilidade das praias de Florianópolis e o colapso da Lagoa do Peri.

É sabido que o signo da gestão de Topázio é vender a cidade como a melhor capital turística como consequência, essa gestão não reverte nenhuma política e ação concreta na melhoria de vida e nos serviços ofertados para a população florianopolitana. Nesse sentido, a cidade que o prefeito anuncia em suas redes sociais não existe. A greve da COMCAP é um exemplo concreto disto. As e os trabalhadores estão em resistência frente aos duros ataques do prefeito. O prefeito insiste em retirar direitos e não quer renovar  o acordo coletivo conquistado há décadas pela categoria. Além disso, precariza a empresa pois visa a privatização da mesma. O trabalho realizado pela COMCAP não é simplesmente um serviço de limpeza e coleta de lixo na cidade, mas sim, é um serviço de papel fundamental para a saúde pública. Enquanto Topázio vende a cidade no Tiktok como referência em limpeza urbana, o prefeito age diretamente para reduzir a licença maternidade das trabalhadoras da COMCAP e sequer aparece para apresentar uma proposta e negociar com a categoria.

A saúde pública segue sendo um dos principais alvos da prefeitura, sendo a privatização o seu maior horizonte. O prefeito quer terceirizar a gestão da UPA Norte, através das OS’s (Organizações Sociais) e além de querer terceirizar a UPA Sul, ainda quer transferir a unidade de lugar, mesmo depois de já ter gasto 3 bilhões em reformas do local. Topázio quer fazer essa mudança pois está construindo um novo hospital que já foi, inclusive, apontado como irregular, por resolução do Conselho Municipal de Saúde. As terceirizações cumprem o papel de sucatear o serviço prestado e de precarizar as condições de trabalho. Além dessas mudanças impactarem diretamente no acesso da população às unidades de saúde, não se pode aceitar que esses serviços estejam nas mãos de empresas privadas, que tem como objetivo maior o lucro dentro de serviços da saúde. A população de Florianópolis já se colocou contra esse retrocesso!

Para que o grande empresariado dos setores turísticos de Florianópolis estejam bem servidos, além de vender a cidade nas mudanças do Plano Diretor, Topázio é alvo de investigação de um grande esquema de corrupção em sua prefeitura. Agentes públicos municipais foram flagrados em esquema de propina para aprovar obras irregulares na cidade. A cada dia que passa, novos esquemas são revelados e é preciso que se aprofundem as investigações. Não podemos admitir que o prefeito fique impune diante desses casos escandalosos.

Ainda assim, diante deste cenário conjuntural, o PSOL Florianópolis se destaca como o principal partido de esquerda na cidade. No último período, conquistamos a tão sonhada cadeira na ALESC e Marquito conquistou mais de 26 mil votos só na capital. O PSOL é o partido de esquerda que tem mais força para apresentar uma alternativa de projeto político para a população florianopolitana. No entanto, esta tarefa não será fácil. Topázio está estritamente ligado ao empresariado local e antes mesmo de estar na eleição da prefeitura, era dono de uma empresa de telecomunicação, a Flex e mais uma série de empresas ligadas à tecnologia. Isso significa que o empresariado irá agir para garantir sua reeleição. Em 2024, será a primeira vez que Topázio enfrenta as urnas como candidato a prefeito, tendo em vista que assumiu após a saída de Gean Loureiro.

A tarefa do PSOL para o próximo período é construir a Frente de Esquerda na cidade. Entendendo que a esquerda, nos últimos tempos, tem se fortalecido e que somente unida terá condições de vencer o empresariado e a extrema direita nas eleições. Tendo em vista que o Deputado Marquito é o nome mais viável da esquerda, isso sendo refletido por sua atuação política e por seu resultado eleitoral, é tarefa do PSOL a construção da unidade da esquerda em torno de seu nome. Além disso, é preciso não medir esforços para a construção de uma chapa proporcional que esteja munida para a disputa eleitoral, entendendo que um dos maiores desafios do partido é a ampliação de cadeiras conquistadas na Câmara Municipal. O PSOL Florianópolis hoje, além de reunir maior militância orgânica e estar à frente das principais lutas da cidade, e por isso, é o partido mais indicado para encabeçar a Frente de Esquerda. O próximo período impõe lutas difíceis de serem travadas mas que estão à altura das condições concretas do partido de responder, pois temos totais condições de conquistar mentes e corações para o projeto e a alternativa de uma sociedade mais justa e igualitária.