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MOVIMENTO

Servidores da Universidade Federal Rural da Amazônia aprovam indicativo de greve contra o ponto eletrônico e em defesa da democracia

Will Mota, de Belém (PA)
Reprodução

Nesta sexta-feira (18/08), os servidores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em uma poderosa Assembleia que contou com mais de 130 participantes no formato híbrido, deliberaram por *ESTADO DE GREVE* e mobilização da categoria para lutar em defesa da Democracia na Universidade e contra a imposição autoritária do ponto eletrônico, a partir de uma Resolução do CONSAD, aprovada de forma ilegítima, sem a devida participação da representação da categoria, e de decisões unilaterais da Reitora.

A atual reitora da UFRA, Herdjania Veras de Lima, bolsonarista e amiga do deputado fascista Éder Mauro, não foi eleita pela comunidade acadêmica, tendo sido nomeada como interventora pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e desde então muitos desmandos e medidas autoritárias tem sido tomadas na Universidade, prejudicando a comunidade acadêmica, a imagem da instituição e destruindo conquistas históricas do movimento docente, estudantil e dos Técnico-Administrativos, como a paridade nos conselhos superiores.

O artigo 207 da Constituição Federal garante autonomia administrativa, financeira e didático-científica para as Instituições Federais de Ensino Superior. O ponto eletrônico, portanto, não é uma imposição necessária e desejável para o melhor andamento do trabalho nas universidades. Universidade não é empresa. A produção do conhecimento e as atividades de ensino, pesquisa e extensão não devem estar submetidas à lógica da administração gerencial de uma empresa capitalista. Por isso, o ponto eletrônico não é uma ferramenta de gestão adequada às finalidades da universidade pública.

O SINDTIFES-PA, sindicato representativo da categoria, está tentando insistentemente dialogar com a Administração Superior da Ufra para que reveja tais posturas, que em nada fortalecem Instituição.

Os trabalhadores aprovaram na Assembleia solicitar uma audiência com a Reitoria antes da assembleia de terça-feira, 22, que irá deliberar sobre o início da greve, propondo a suspensão do início do registro eletrônico de frequência até que ocorra o devido debate com a categoria.

Reprodução

É preciso respeitar a tradição e história da Ufra, garantindo os Conselhos paritários e a escolha democrática dos dirigentes, bem como é preciso barrar essa imposição injustificada de ponto eletrônico para os/as servidores TAEs. A categoria se faz presente e constrói a Universidade cotidianamente, comprovando sua frequência/ presença por meio do trabalho realizado.

O controle eletrônico da frequência não é sinônimo de eficiência e, na prática, servirá de instrumento de coerção e assédio contra os trabalhadores/as.

Convidamos toda a categoria para a assembleia de terça (22) às 10h no prédio da reitoria para fortalecer essa luta em defesa da democracia e da autonomia universitária e contra o autoritarismo e o assédio moral.