Na última sexta-feira (26/05) ocorreram as eleições para eleger a diretoria estadual e as direções das subsedes da APEOESP. Este texto objetiva apresentar um balanço inicial de um processo marcado por enormes desafios e também balizar as tarefas da esquerda socialista diante de uma conjuntura marcada por contradições profundas.
Participaram do processo mais de 51 mil associados e associadas distribuídos nas 94 subsedes, que organizam as mais de 5 mil escolas estaduais e outras milhares de escolas das redes municipais em todo o Estado de São Paulo. A Chapa 1 Uma Apeoesp Unida (composta por militantes do PT, PC do B, PCB e diversas correntes do PSOL, dentre as quais a Resistência) obteve 82,75 % dos votos (mais de 42 mil) contra 6280 votos da Chapa 2 (PSTU, MRT e aliados) e 1446 votos da Chapa 3 (UP). Uma votação que expressou o sentimento da categoria da necessária unidade do sindicato para lutar contra o governo de extrema direita de Tarcísio Freitas e reverter o quadro de perdas da categoria, que se aprofundou desde o golpe jurídico parlamentar de 2016 e os efeitos da pandemia na organização das escolas e da categoria, utilizados pelo governo Dória/Rossiele para “passar a boiada” contra nossos direitos.
A expressiva votação da Chapa 1 Uma Apeoesp Unida também expressou o acerto da política de unidade da maioria das correntes que atuam no sindicato, apesar das diferenças de concepção que seguem existindo, e dialogou com o sentimento da categoria diante de um governo de extrema direita, que, apesar dos poucos meses a frente do estado, demonstra que dará continuidade aos ataques contra nossos direitos, como a proposta de corte no investimento na educação em 5% (a proposta é reduzir de 30% para 25% as verbas da educação no estado)e a nova reforma administrativa, que atacará os direitos de 1,2 milhões de servidores públicos estaduais, já anunciados pelo governador bolsonarista. Expressou a compreensão da categoria de que precisaremos fortalecer o sindicato como um instrumento de frente única para enfrentar os retrocessos que se avizinham e muita unidade para construir nacionalmente as mobilizações para enfrentar as pressões da direita fora e dentro do governo Lula para que se aplique o programa que saiu vitorioso nas eleições de outubro passado, que derrotou eleitoralmente Bolsonaro. A APEOESP e a Chapa 1 – UMA APEOESP UNIDA é vanguarda na luta nacional pela revogação de todo o entulho ultraliberal aprovado por Bolsonaro e Temer, como o Novo Ensino Médio, as Reformas Previdenciária e Trabalhista, que foram a base programática que sustentou a construção desta chapa de unidade entre a maioria histórica do sindicato e os principais agrupamentos de oposição.
Apesar da vitória e dos números deste processo eleitoral, os desafios que a nova direção da APEOESP tem pela frente são enormes. Os números expressam que as derrotas acumuladas ao longo dos últimos anos, combinadas com os efeitos da pandemia, ainda se fazem presentes na realidade e afastaram muito a categoria de uma relação mais próxima com o sindicato e seus debates. Necessitaremos reconstruir a relação do sindicato com a categoria e vice-versa. Fortalecer o trabalho de base é urgente. Esse é o primeiro desafio e, para isso, será fundamental desenvolvermos uma forte campanha de filiação no próximo período, transformar as subsedes em espaços de resistência e organização das mais diversas formas, desenvolver uma política de comunicação conectadas às características do séc. XXI e fortalecer as instâncias do sindicato, radicalizar a democracia são alguns passos necessários para que cada dia mais a categoria volte a se sentir representada pela APEOESP condição para a categoria sentir confiança em nossa força coletiva para entrar em movimento e assim incidir sobre as comunidades escolares para que abracem nossas bandeiras e se mobilizem na defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade para a juventude trabalhadora.
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