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EDITORIAL

8M: o que vem depois da esperança?

Vencemos! Apesar de todo pranto e de toda dor, vencemos!

Editorial Esquerda Online
Mídia Ninja

O sentimento de vitória que nos envolve desde o resultado das eleições presidenciais de 2022 não é qualquer momento da política brasileira. Foi o Brasil com rosto de mulher preta, indígena, pobre, do campo, da floresta, da periferia das cidades, ribeirinhas, jovens, que resistiu a cruzada de ódio do governo Bolsonaro. Foram esses sujeitos que no campo de batalha tomaram a linha de frente e disseram que não iriam retroceder.

Numa eleição que demonstrou um país fraturado Lula foi eleito com a esperança da reconstrução de nossa dignidade. Apesar disso, 2023 inicia com mais uma tentativa golpista, com a invasão dos três poderes em 8 de janeiro, que contou com o financiamento e organização de empresários e militares que não se conformam com a vontade popular expressa nas urnas. A violência, que foi fortalecida e se tornou política de Estado no bolsonarismo, se alastrou e invadiu nossa vida cotidiana.

As ações do governo da morte, com o ministério da mulher, as reformas imposta aos trabalhadores, as ideologias conservadoras propagadas por canais oficiais e extraoficiais, aprofundaram a fome, o desemprego, o feminicídio, o assédio sexual e moral, o racismo e machismo estrutural, os crimes de ódio nas redes e nas ruas, e a precarização do trabalho.

A política econômica desastrosa resultou no encarecimento de alimentos, aluguéis, remédios, etc. levando a invasão de nossos lares pela financeirização, gerando endividamento recorde e permanente das famílias, principalmente aquelas chefiadas por mulheres, mais expostas aos trabalhos mal pagos e às múltiplas jornadas extensivas e simultâneas. O estrangulamento econômico joga pressão sobre os casais, intensificando os ciclos de violência doméstica.

A profundidade da destruição causada por Damares, Carla Zambeli, Bolsonaro, e Michelle, exige a revogação imediata de todas as medidas implementadas pelos golpistas, bem como a punição de todos os crimes reais e virtuais por eles incentivados e realizados.

Nesse sentido, acreditamos que há direitos inegociáveis, não podemos repetir os erros do passado e em nome de construção de frágeis alianças no congresso abrir mão de pautas caras àqueles que verdadeiramente apoiam o nosso Presidente. O direito a uma educação pública de qualidade – agora questionado pela reforma do ensino médio – ao acesso à serviços de abortamento público e gratuito para crianças e mulheres que dele necessitam, à uma moradia digna – e risco pela ação da especulação imobiliária – e ao salário digno – suficiente para uma vida gratificante, para as trabalhadoras que se expuseram aos riscos da pandemia – são apenas o começo para fecharmos as feridas de nosso país.

Temos uma segunda chance para acertar as contas com nossa História de autoritarismo e desigualdades.

Temos uma segunda chance para acertar as contas com nossa História de autoritarismo e desigualdades. Apenas sonhando e lutando pelo país que desejamos, e indo além daquilo que nos dizem ser possível, que construiremos um Brasil verdadeiramente inclusivo e mais justo. Um país do qual novamente tenhamos orgulho.

Confira aqui a lista de atos pelo país

 

 

 

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8 de março / feminismo