Nesta terça-feira, 7 de fevereiro, as vereadoras de Belo Horizonte pelo PSOL, Iza Lourença e Cida Falabella, protocolaram, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), uma moção de repúdio contra o genocídio dos povos indígenas promovido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e em apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nacional que investigue e responsabilize as ações e omissões que resultaram na morte de milhares de indígenas do povo Yanomami, em Roraima.
A moção, endereçada ao presidente da CMBH, vereador Gabriel (sem partido), se acolhida pela casa, será encaminhada para o deputado Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados. No documento, as parlamentares explicam as ações deliberadas para “exterminar etnias” realizadas no último mandato do Governo Federal, que culminaram na atual crise humanitária com um surto de malária e desnutrição, tendo gerado duas denúncias contra o ex-presidente no Tribunal Penal Internacional. Esses prejuízos têm estreita ligação com a contaminação ambiental promovida pelo uso de mercúrio, relacionada às atividades do garimpo ilegal, que cresceu 309% no período de 2018 a 2022.
O texto ainda demonstra como Bolsonaro agiu de maneira deliberada para alcançar um “Brasil sem indígenas” através da morte das pessoas por doença, pela desestruturação do sistema de saúde indígena e pela aniquilação cultural e simbólica resultantes dos processos de embranquecimento (epistemicídio). O documento finaliza afirmando que a casa parlamentar de Belo Horizonte valoriza a proteção dos povos originários, repudia as ações levadas a cabo por Jair Bolsonaro relacionadas ao genocídio Yanomami e apoia a criação de CPI para investigar tais ações e omissões.
Articulação nacional pela criação da CPI
Na última quinta-feira, 2, os deputados federais Célia Xakriabá (PSOL/MG) e Dorinaldo Malafaia (PDT/AP) iniciaram a coleta das 171 assinaturas necessárias à criação de CPI que investigue a crise humanitária enfrentada pelo povo Yanomami, em Roraima.
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