Cinco motivos para apoiar Chico Alencar para a presidência da Câmara


Publicado em: 30 de janeiro de 2023

Brasil

Henrique Canary, de São Paulo (SP)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Brasil

Henrique Canary, de São Paulo (SP)

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

Desde o início do governo Lula, o PSOL vem se posicionando claramente como o mais coerente inimigo da oposição e defensor intransigente das causas do povo. Ao mesmo tempo, o partido definiu em suas instâncias que manteria uma postura de independência frente ao governo federal, para lutar nas ruas e no Congresso Nacional por medidas que considere necessárias e contra aquelas que sejam injustas ou prejudiciais.

É por isso que o PSOL não participa do acordo político que visa reeleger Arhur Lira para a presidência da Câmara dos Deputados. Lira é um político fisiológico, autoritário, que até ontem era aliado de Bolsonaro e que foi fundamental para fazer aprovar no Congresso pautas nocivas ao povo brasileiro, além de ter protegido Bolsonaro de quase uma centena de pedidos de impeachment.

Infelizmente, o PT embarcou nesse acordo e deve dar seus votos ao político de Alagoas neste dia 1º de fevereiro, quando ocorre o processo interno para eleição do presidente da Câmara dos Deputados. Consideramos esse acordo um grande erro político de Lula e do PT. Lira é um mercenário sem escrúpulos. Promete apoio às pautas governamentais agora que está mais fraco e isolado, depois da derrota do orçamento secreto no STF, mas pode virar suas baterias contra o governo na primeira esquina, assim que se sentir forte o suficiente ou ver alguma vantagem nisso.

Por isso, a bancada do PSOL na Câmara, formada por 12 deputados e deputadas, decidiu lançar a candidatura de Chico Alencar à presidência da casa. Nosso objetivo é fazer um combate aberto contra o fisiologismo de Lira e pautar com força os grandes temas nacionais que fazem parte de uma agenda de reconstrução nacional, tão necessária após a barbárie bolsonarista.

Quem é Chico Alencar?

Francisco Rodrigues de Alencar Filho, ou apenas Chico Alencar, nasceu no Rio de Janeiro em 1949. Começou sua militância ainda nos anos 1960 no movimento secundarista ligado à Teologia da Libertação da Igreja Católica. Em 1988 se filiou ao PT, partido pelo qual foi vereador por dois mandatos no Rio (1989-1992 e 1993-1996). Chico é historiador, com mestrado em Educação pela FGV e doutorando pela UFRJ. Tem mais de 30 títulos publicados e atua como professor nas redes pública e privada.

Chico se tornou deputado estadual em 1999 e em 2002 conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados, onde permaneceu até 2019 como um dos deputados mais atuantes. Foi diversas vezes agraciado com o prêmio Congresso em Foco e desde 2006 aparece anualmente na lista dos 100 deputados mais influentes, organizada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).

Em 2005, Chico deixou o PT e passou a construir o PSOL, partido que representou em diversas comissões, com destaque para a Comissão de Direitos Humanos e Conselho de Ética.

Em 2021, voltou à vereança do Rio com quase 50 mil votos. Foi um dos responsáveis pelo processo de cassação do vereador bolsonarista e estuprador de menores Gabriel Monteiro.

Em 2022, Chico decidiu tentar novamente uma vaga na Câmara dos Deputados e foi eleito com mais de 115 mil votos.

Chico sempre se destacou pela defesa das causas populares. Foi um inimigo intransigente da gestão de FHC e lutou pela anulação do seu legado neoliberal durante os governos Lula e Dilma. Foi contra o impeachmet de Dilma Rousseff em 2016, permanecendo ao lado da legalidade e da democracia.

Agora, na Câmara dos Deputados, Chico está comprometido com a reversão do legado do golpe e a reconstrução do país.

Cinco motivos para apoiar Chico Alencar

1) Promover as pautas sociais e combater o legado do golpe

Chico vai trabalhar para fazer aprovar na Câmara pautas de interesse da população mais sofrida e trabalhadora. É preciso reverter o legado do golpe, entre outras coisas, revogando as contrarreformas já realizadas, principalmente a Reforma Trabalhista e o novo Ensino Médio de Temer e a Reforma da Previdência de Bolsonaro. Além disso, a Câmara tem um longo trabalho de reconstrução nacional pela frente, o que inclui o combate à pobreza, a defesa dos nossos biomas, a defesa dos povos tradicionais e originários, a promoção da saúde, ciência, educação e cultura.

2) Impedir o boicote e a sabotagem da oposição

Nas mãos de Lira, não está excluído que a Câmara de Deputados vire novamente um covil de chantagem, boicote e sabotagem contra o governo, como Cunha fez com Dilma. Pautas-bombas, ameaças de impeachment, manobras na pauta – tudo isso Lira sabe fazer muito bem. Com Chico, temos a garantia de que a Câmara dos Deputados não será uma inimiga do povo e do governo. É preciso que ela volte a ter uma relação saudável de independência e lealdade com o governo, sem mecanismos de controle e chantagens.

3) Combater o fisiologismo

O Orçamento Secreto sofreu uma derrota importante no STF, mas sobreviveu em parte. Com Chico Alencar, não vai ter a farra das emendas de relator, nem distribuição de cargos para angariar apoio político. A Câmara de Deputados precisa funcionar em base à política de verdade, ou seja, debate amplo, democrático e confronto de posições. Chico vai combater o fisiologismo, que teve um salto com a gestão Bolsonaro.

4) Ser duro contra deputados golpistas e criminosos

A posição de presidente da Câmara não pode ser utilizada para perseguir ninguém. Todos que respeitarem o jogo democrático devem ser considerados na condução da casa. Mas também não pode haver proteção especial baseada no corporativismo, como existe hoje. O presidente da Câmara precisa agir contra deputados envolvidos em crimes comuns, de corrupção ou ensaios golpistas. Chico já deu demonstração de que está disposto a ir até as últimas consequências na punição de parlamentares criminosos. Isso pode e deve se repetir na Câmara dos Deputados.

5) Por uma Câmara popular, democrática e transparente

Garantir a participação popular nas grandes decisões nacionais não é algo fácil. Todo o sistema é pensado para excluir o povo da discussão e deliberação dos grandes temas. Somos convocados a votar uma vez a cada quatro anos e depois esquecer em quem e por que votamos. Chico Alencar fará um esforço consciente e concentrado por aproximar a Câmara do povo, com mecanismos de participação popular, debate e tomada de decisões e prestação de contas. O povo passou a faixa presidencial para Lula no dia 1º de janeiro. Isso foi algo muito bonito e de uma enorme simbologia. Mas é pouco. Queremos participação cotidiana nos assuntos que nos dizem respeito. A candidatura de Chico Alencar é um passo importante nessa direção.


Top 5 da semana

Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição