A Petrobrás anunciou nesta terça-feira (24) um novo aumento do preço da gasolina. Segundo comunicado da empresa, a partir de hoje (25), o valor do litro passa de R$ 3,08 para R$ 3,31, o que equivale a uma alta de R$ 0,23 ou 7,46%.
Salienta-se que trata-se não do preço final ao consumidor, mas daquele praticado na porta da refinaria com as distribuidoras. Assim, considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro, impostos federais e estaduais e a margem de lucro das distribuidoras, economistas calculam que o aumento no preço para o consumidor final deva ficar em torno dos 5%, o que ainda é muito, se levarmos em conta a defasagem salarial acumulada no último período. Ainda assim, deve levar algum tempo para que o novo valor se concretize na bomba.
Esse é o primeiro aumento desde que Lula assumiu a presidência. A última alteração foi feita em 6 de dezembro de 2022, quando houve uma redução de 6,1% no litro cobrado.
A justificativa para o aumento, novamente, é o famigerado PPI (Preço de Paridade de Importação), que iguala os preços internos aos preços internacionais, apesar do Brasil ser autossuficiente na produção de petróleo.
Está mais do que na hora de revogar essa política de preços, que se demonstrou extremamente nociva para a economia nacional, ao priorizar o pagamento de dividendos aos investidores (principalmente internacionais), em detrimento da função social que a empresa deveria cumprir.
Lula já se comprometeu publicamente com a reversão dessa injustiça. É hora de cumprir esse compromisso. Infelizmente, pelo menos até agora, as declarações do novo indicado para a presidência da Petrobrás, senador Jean Paul Prates (PT-RN), têm sido dúbias a respeito. Não houve ainda um compromisso explícito com a reversão do PPI. Segue, ao que tudo indica, uma forte pressão do mercado, que não só quer lucrar, como também quer que o novo governo perca apoio popular e se exploda.
Ora, o aumento do preço da gasolina é o combustível perfeito para a campanha golpista do fascismo, que terá uma poderosa arma em suas mãos para a agitação contra o governo, já que todos sabem como o aumento do preço dos combustíveis afeta diretamente o bolso dos mais pobres. É hora de nacionalizar os preços da Petrobrás e fazer essa grande conquista do povo brasileiro cumprir a função social para a qual foi criada. Junto com isso, é preciso pensar uma política de transição energética. O planeta não pode mais esperar por uma solução milagrosa. A Petrobrás pode ser vanguarda mundial nesse processo e o Brasil pode ser um exemplo para o mundo de uma transição sólida e justa, que respeite a natureza e garanta à sociedade a energia de que necessita para o seu bem estar e desenvolvimento sustentável. O futuro está a nosso alcance, mas tudo começa por acabar com o PPI e colocar a Petrobrás a serviço do povo.
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