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MOVIMENTO

Interventor bolsonarista da UFC quer tomar a sede centro do DCE

Conselho estudantil realizado no último dia 16/11, com a presença de 28 CAs e DAs, aprovou por unanimidade a formação de uma Comissão Gestora para cuidar da sede até as próximas eleições

Núcleo do Afronte na UFC

Mesmo no fim do seu mandato e já sem o apoio do seu presidente derrotado, Jair Bolsonaro, o interventor da UFC segue atacando o movimento estudantil da universidade, dessa vez tentando tomar a sede centro do DCE.

Sede centro, na esquina das ruas General Sampaio com Clarindo de Queiroz

A sede do centro, situada nas proximidades da Faculdade de Direito da UFC e da histórica Praça da Bandeira, é um prédio histórico, que já abrigou várias plenárias de movimentos sociais e do movimento secundarista, além de atividades culturais e esportivas. A atual tentativa de tomar a sede do DCE é, portanto, uma provocação para tentar humilhar o movimento estudantil, feita por quem o criminaliza e o trata como seu inimigo.

Como resposta a esse ataque, os estudantes da UFC reunidos em conselho criaram uma comissão gestora, da qual a militância do Afronte UFC também está fazendo parte. Até a realização das eleições, cujo indicativo é que ocorram no começo do próximo ano, essa Comissão cuidará da sede, não só fazendo sua manutenção, a exemplo do mutirão de limpeza, ocorrido no dia 23/11, mas promovendo atividades políticas, como a aula pública que ocorreu no último dia 21/11,

Esta Comissão terá, sobretudo, o papel de impedir a concretização de qualquer notificação de despacho emitida pelos gabinetes das pró-reitorias, sendo uma ponte com os Centros e Diretórios Acadêmicos.

Lula não pode vacilar: é preciso garantir democracia e autonomia para as universidades

Os interventores que atualmente estão à frente de mais de 20 universidades e IFs, foram empossados por Bolsonaro, que usou o antidemocrático mecanismo da lista tríplice para isso. Nas eleições da UFC, Cândido Albuquerque foi o terceiro colocado na lista, tendo sido derrotado nos três âmbitos da comunidades: professores, estudantes e servidores. Contudo, mesmo nessa posição, Cândido teve seu nome escolhido por Bolsonaro, unicamente em razão do alinhamento político e ideológico de ambos.

Além da lista tríplice, no método atual para a eleição de reitores não existe paridade de votos, ou seja, o voto dos professores tem peso maior que o voto dos estudantes e servidores. É o chamado sistema 70-15-15, em referência ao peso do voto dos professores, dos servidores e dos estudantes, respectivamente.

O próximo governo Lula não pode vacilar. Será fundamental, em conjunto com a UNE, o ANDES, a FASUBRA e o SINASEFE, além das dezenas de entidades sindicais e estudantis ligadas às universidades do país, avançamos em uma política que garanta eleições democráticas e paritárias nas universidades. Para que casos lamentáveis como o da UFC não se repitam, e os processos eleitorais para escolha de reitores comecem e terminem dentro do âmbito de cada instituição.

DCE da UFC fica, Cândido sai

O Afronte Ceará convoca o conjunto dos estudantes da UFC, entidades sindicais e democráticas, além da sociedade em geral a fortalecer essa luta contra mais esse ataque, por democracia e autonomia da UFC e nas redes de instituições públicas de ensino brasileiras.

Será preciso mobilização permanente nos próximos meses não só para impedir que a sede do DCE seja tomada, bem como para rechaçar Cândido Albuquerque que, felizmente, está chegando ao fim do desastroso mandato.

Cândido, essa provocação contra o movimento estudantil da UFC não vai passar!

DCE fica, Cândido sai!