É óbvio que os “atos” golpistas são organizados e financiados por meia dúzia de ricaços? É.
Mas mostrar o óbvio é fundamental. (E aqui trabalhamos com nomes)
Uma família escravocrata, que engordou bastante na ditadura, destruidora da Amazônia, anticomunista. A típica família de bem. Aquela casa grande raiventa.
(As fontes de informação estão descritas no fim do texto).
Os Quagliato
Donos do maior rebanho bovino do país. A alcunha “Reis do Gado” nunca foi tão sugestiva. Foram inclusive citados na novela “Rei do Gado” da Globo, de 1996, de maneira muito carinhosa pelo protagonista Bruno Mezenga.
A internet está inundada de dois tipos de material sobre eles.
De um lado, os jornais oficiais do agro, financiados quase sempre pelos próprios Quagliato, morrendo de amores pelos “empreendimentos” dos nossos latifundiários de Ourinhos.
Do outro, uma infinidade de denúncias de roubo de terras, fazendas com trabalho escravo, pistoleiros aterrorizando famílias camponesas em nome dos “patrão”.
A justiça criminal brasileira foi cobrada até pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por ter passado aquele pano na ocasião dos mais de 80 trabalhadores mantidos como escravos no interior do Pará. Suas grandes fazendas ganharam fama Brasil afora como “cativeiros da terra”.
Uma lição de empreendedorismo
O clã mantinha grande usina de álcool e açúcar em Ourinhos, sul de São Paulo. Já ali eram testadas suas tecnologias de repressão contra o exército de cortadores de cana que exploravam.
Durante a ditadura empresarial-militar, começou o apogeu. A brecha era a seguinte: os militares queriam aplicar na Amazônia o desenvolvimentismo da destruição. Garantiu preços ridículos e apoio repressivo a quem se dispusesse a transformar a Floresta Amazônica em pasto pra boiada.
Os Quagliato nadaram de braçada. Hoje, algumas décadas depois, registraram 150 mil cabeças de gado só no sul do Pará.
A nova boiada dos Quagliato veste verde e amarelo
Eles mandam picanha, filé mignon e costela aos montes aos bloqueios. Fazem questão que todos saibam que são eles no comando. Num dos vídeos, ouvimos “o Quagliato que trouxe”; noutro, o carro da empresa da família que carrega os insumos para o bloqueio golpista.
A política sob as asas da famiglia é irrespirável. Fascismo daquele clássico. Na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, por exemplo, os fascistas montaram uma lista para sabotar comércio das famílias com membros de esquerda (ou que alguém desconfie ser de esquerda).
Apesar de todo poder e riqueza, no entanto, o momento é de confusão e derrota para a extrema-direita. Quem se julga a nata, cuidado pra não Quagliar…
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https://outraspalavras.net/outrasmidias/apagando-o-rastro-da-boiada/
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