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MOVIMENTO

Com milhares nas ruas, enfermagem cobra o piso nacional e dá resposta ao STF

Dia foi de protestos e paralisações contra a suspensão do piso

da redação
FB Fórum Nacional da Enfermagem

Em protesto contra a suspensão do piso salarial da enfermagem pelo STF, milhares de trabalhadoras e trabalhadores da Enfermagem realizaram um grande dia nacional de paralisação nesta quarta-feira, 21. Enfermeiras(os), técnicas(os) e auxiliares de enfermagem promoveram paralisação de 24h em 10 estados (PB, SE, RN, ES, MG, BA, GO, PA, CE, MA) e no Distrito Federal e atos e protestos em dezenas de outras cidades.

A categoria foi pra rua desde as primeiras horas do dia. Em Aracaju, o ato começou às 07h30, na Praça Fausto Cardoso, em frente à Assembleia Legislativa (ALESE), seguindo em uma caminhada pelas ruas do Centro. Atos também ocorreram pela manhã em várias cidades, como Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN), e no Rio de Janeiro (RJ), com milhares de pessoas.

Em Brasília, o protesto tomou conta da Esplanada dos Ministérios, reunindo cerca de 5 mil pessoas. O ato foi até o STF, denunciando a suspensão pedida pelos empresários da saúde e aprovada por 7 votos até o momento. Em seguida, o ato foi até o Congresso Nacional, onde terminou.

“Dança barroso, dança até o chão,
se não pagar o piso a gente para o plantão”

A suspensão do piso, direito há muito tempo reivindicado e conquistado pela categoria no Congresso Nacional após uma forte campanha, foi decidida pelo ministro Luís Roberto Barroso no último dia 15, como relator de ação movida pelo CNSaúde, confederação que representa a saúde privada. A ação da patronal alega que o piso da categoria (R$ 4.750,00 para enfermeiras(os), 70% desse valor para técnicos e 50% para parteiras e auxiliares de enfermagem) provocaria demissões em massa na rede privada e impacto no orçamento público. Pela decisão do STF, o piso fica suspenso por 60 dias, para que o Congresso apresente um plano orçamentário para atender a reivindicação da categoria.

Para Jorge Henrique, do SindEnfermeiros-DF, as fontes de custeio do projeto foram amplamente discutidas quando o PL 2564 tramitava no Congresso, o que deu a legalidade necessária ao piso. “O STF tem sido seletivo quando a pauta atinge diretamente o interesse do trabalhador. Infelizmente as movimentações sinalizam que a preferência é pelo interesse dos patrôes”, concluiu. Ele lembrou ainda o aumento dos lucros dos empresários da saúde, em especial na pandemia, em contraste com as vidas perdidas entre os profissionais da saúde. Lembrando a pandemia, em São Paulo o protesto teve nariz de palhaço e uma faixa: “Ontem heróis, hoje palhaços”.

Lula já se pronunciou apoiando a proposta e afirmando que, no governo, irá garantir o piso da Enfermagem, em resposta a fake news disseminadas pelo bolsonarismo. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para que seja cumprido o piso da enfermagem seria necessário R$ 53 milhões ao ano para a União.

As fotos dos atos de hoje dão a dimensão da força e da indignação da categoria, que não deve parar.

 

Distrito Federal

 

Bahia

Maranhão

São Paulo

Minas Gerais

Sergipe

Goiânia

Rio Grande do Norte

Rio de Janeiro

 

 

*Com informações do SindEnfermeiros-DF, Fórum Nacional da Enfermagem e CSP-Conlutas.

 

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